Mariana Camargo é uma sonhadora. Tão sonhadora que hoje trabalha para ajudar as outras pessoas a realizarem seus sonhos e encontrou nisso o seu propósito de vida. Hoje seu trabalho é ajudar quem quer construir sua “casa” na internet, mas não somente isso. Por trabalhar com paixão, ela procura ser parceira de quem quer seu trabalho e não apenas uma prestadora de serviços. Conheça um pouco mais da entrevistada de hoje.
– para quem não te conhece, quem é Mariana Camargo?
Mariana Camargo é uma menina curiosa e que vive buscando se melhorar a cada dia. É também uma sonhadora que busca realizar seus sonhos e os sonhos de quem está a sua volta. É divertida e sempre procura ver o lado positivo das coisas. Multipotencial, ama tecnologia e empreendedorismo, buscando sempre aprender mais e mais a cada dia. É alguém que tem certeza que não há jeito melhor de se fazer as coisas do que depositando amor em cada atitude.
– no que você já trabalhou?
Comecei a trabalhar muito cedo e já trabalhei com muita coisa, rsrsrs… Comecei trabalhando como vendedora (algo que não levo muito jeito e fiz por poucos meses). Com 13 anos, comecei a ser voluntária de um professor de informática em uma ONG e com 15 anos eu comecei a dar aulas de informática nessa ONG. Durante esse tempo dei aulas do pacote office, html (rsrs era o que tinha na época), programação e outras coisas também.
Com essa idade também descobri a programação e me encantei! Fui estudar e aos 18 anos comecei a trabalhar como programadora Delphi, fui me aventurar com programação Cobol, voltei para Delphi, aprendi .NET e continuo aprendendo muito até hoje. Já fui programadora, analista de sistemas, coordenadora de equipe de desenvolvimento… Descobri que amo tecnologia, mas também sou apaixonada por relacionamentos e acho muito importante. Por isso comecei a me envolver mais com projetos “humanos” rsrs.
– você é formada em alguma área?
Sim, sou formada em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. E nos últimos anos tenho feito alguns cursos nas áreas de empreendedorismo também, mas não graduação. Me apaixonei pela área quando, ainda adolescente, entrei e fiz um curso de administração.
– o que você faz hoje?
Costumo brincar que ajudo as pessoas a realizarem alguns de seus sonhos. Na real, ajudo pessoas a darem vida a projetos digitais, cuidando de toda a parte tecnológica desses projetos.
– em que exatamente você ajuda?
Meu projeto se chama “Mundo da Má” e no “Mundo da Má” ajudo empreendedores digitais desde a construção de sites para projetos, construção de landing pages, squeeze pages, retrospectivas animadas, consultorias digitais, entre outras coisas. A proposta é ajudar as pessoas com a parte tecnológica para agilizar o lançamento do projeto e que esse lançamento seja único e especial. Procuro em cada site que faço, por exemplo, mostrar a essência da pessoa e o que ela quer passar. Então, para mim, vai muito além de simplesmente criar um site: sempre trato cada projeto como único e especial e tento mostrar isso em cada um deles.
– você tinha um outro projeto antes do Mundo da Má. Fale um pouco mais sobre ele.
Há anos eu sonhava em empreender, mas ficava o tempo todo “protelando” a ideia, porque estava presa pensando que tinha que “ter uma ideia genial” e todas as ideias que eu tinha eu não achava que eram boas o suficiente. No fim de 2013, eu decidi que queria sair do “mundo corporativo” e realizar o meu sonho de empreender, mas não fazia ideia em como fazer isso.
Em 2014, junto com um amigo, tivemos a ideia de abrir uma empresa de treinamentos divertidos na área de TI e começamos e colocar essa ideia em prática. Para mim, foi um projeto de muito aprendizado e muito trabalho também. Aprendi muita coisa e me fez crescer muito como profissional e pessoa também.
Mas, dentro de mim, eu ainda tinha o sonho de realizar o sonho das pessoas e, com o passar do tempo, foi ficando mais forte em mim a coisa do empreendedorismo e do relacionamento com pessoas e eu decidi tentar isso com o Mundo da Má… e cá estou eu! Com novos desafios e muitos novos aprendizados. Realizando o meu sonho e o sonho de outras pessoas.
– o que aconteceu com o projeto de TI?
Continua sendo tocado pelo meu amigo.
– e em que momento você percebeu que precisava realizar esse sonho?
Percebi que queria realizar esse sonho quando senti que queria (e podia!) fazer a diferença positiva na vida das pessoas com o meu trabalho. Até então, eu trabalhava há anos no mundo corporativo e sabia como ele funcionava: envolvia pedidos, trabalhos, tempo e tudo o mais, mas não envolvia o “valor” que eu queria colocar nas coisas. Eu fazia trabalhos gigantescos e super importantes, que movimentavam milhões no mercado financeiro, mas eu queria algo mais que isso: queria ver o brilho nos olhos das pessoas.
– você acha que é mais complicado as pessoas realizarem seus sonhos quando estão no mundo corporativo?
Depende dos sonhos! Eu mesma realizei muitos sonhos meus estando no mundo corporativo e aprendi muito com isso. Acho que depende do momento de vida e dos objetivos que temos. O que acho mesmo é que no mundo corporativo é mais difícil a gente ver a diferença real que o nosso trabalho faz. Todos nós fazemos trabalhos importantes e que mudam/ajudam algo/alguém. No entanto, é raro termos um feedback disso no sentido de “qual a diferença que isso fez para o mundo”. Para mim, durante muito tempo, o que o mundo corporativo tinha a me oferecer era muito bom… mas cheguei em um ponto que pra mim o mais importante era eu poder ver a diferença que o meu trabalho poderia fazer. Mais do que simplesmente entregar um trabalho, eu queria poder acompanhar, saber se deu resultados, se era o que foi esperado e tudo o mais…
– tua família te apoiou nas tuas decisões? como é isso pra ti?
Sair do mundo corporativo foi uma decisão muito difícil que tomei. Pensei, pensei, pensei. Planejei. Tanto que pedi demissão e fiquei na empresa mais três meses para encerrar projetos e não largar minha equipe na mão. Sempre fui bem consciente e “pé no chão” no que diz respeito à profissão, então, quando disse pra minha mãe que eu ia sair da empresa pra tentar num projeto, ela me disse algo que me surpreendeu: “Esse sempre foi o seu sonho. Tente mesmo!”, então, ela me apoiou sim. Pra mim isso foi muito importante. Fora o apoio da minha mãe, algumas tias e amigas muito próximas também me apoiaram muito e isso foi muito legal.
– você é bem remunerada hoje?
Meu projeto ainda é bastante recente, mas estou bem satisfeita com a remuneração que ele tem me proporcionado. Muito mais do que o dinheiro (que também precisamos para nos manter) ele tem me abastecido de sonhos e satisfação a cada entrega que faço, tem me abastecido da possibilidade de fazer meus horários e viver com mais qualidade, então, estou muito satisfeita! Financeiramente, estou trabalhando para melhorar algumas coisas, mas pelo tempo que ele tem, posso dizer, sim, que sou bem remunerada.
– já passou por dificuldades financeiras?
Não costumo usar a expressão “dificuldade financeira”. Rsrs…Posso dizer que passei por uma fase de adaptação. Como “migrei” de projetos, quase toda a minha reserva financeira já tinha sido utilizada, no entanto, como sempre dizem, há muito trabalho por aí para fazermos. Então arregacei as mangas e fui atrás de formas para me reestruturar financeiramente também.
Quando estamos no mundo corporativo, temos a “segurança” (que nem sempre é tão segura assim, rsrs) do nosso salário chegar sempre no fim do mês. Então quando nos vemos sem ter uma ideia de quanto de dinheiro vai entrar, nos assustamos.
– quais seus planos para o futuro?
Quando penso em futuro, penso sempre em “aprendizado”. Aprender mais e usar esses conhecimentos no Mundo da Má para continuar realizando os meus sonhos e os das pessoas que puder. Acredito muito em crescimento pessoal, profissional e em viver com propósito e quero fazer com que isso esteja presente na minha vida sempre.
– qual teu propósito de vida?
Amar! Aprender sempre e ajudar quem eu puder. Impactar positivamente as pessoas e sempre ver o lado bom das coisas. Quero fazer a diferença. Rsrs. E não precisa ser aquela coisa gigantesca: fazer a diferença pelo menos ao meu redor.
– como lida com a questão do medo de não dar certo?
Tenho trabalhado isso de diversas formas, mas acho que o que mais me ajuda é o seguinte: eu acredito que tudo dá certo quando fazemos com amor, responsabilidade e respeito. Não lembro mais da possibilidade “não dar certo”. Uma coisa que me ajudou muito também foi quando li o livro “Trabalhe 4 horas por semana” que fala pra gente imaginar o pior cenário para lidar com o medo. Foi isso que fiz! Imaginei o pior cenário e descobri que eu sempre teria alternativas, que nada era “o fim do mundo”, rsrs.
Tem mais uma coisa também: não dar certo é algo muito relativo. O que é não dar certo né? Eu tenho usado a minha medida de dar certo e sucesso. Acho que sempre que não usamos a nossa própria medida e comparamos nossas coisas com as dos outros, podemos achar que não deu certo: depende do que é dar certo pra gente mesmo. Para uns dar certo é ganhar rios de dinheiro, para outros, dar certo é ter dinheiro e qualidade de vida… aí depende. Acho que quando aprendemos a encontrar a nossa medida de sucesso o “dar certo ou não” vai depender muito de nós mesmos.
– o que você diria se alguém te falasse hoje que não consegue sair de seu emprego e tentar empreender?
Diria que se a pessoa quiser verdadeiramente, consegue! Tudo depende da nossa vontade e pré-disposição para correr atrás de um sonho. Diferente do que muita gente acha, empreender não é fácil e nem vai fazer com que trabalhemos menos. Empreender vai nos dar possibilidades de viver uma vida mais próxima aos nossos sonhos e objetivos, com muito trabalho também!
Se alguém me perguntasse qual o primeiro passo, com certeza, eu diria: sonhe! Se já sonha com isso, então comece a se planejar. Faça uma reserva financeira e comece a dar os passos em relação ao seu sonho. Não tem um tempo certo e nem a chave do sucesso ou um único caminho a seguir.
Fato é que sempre que queremos verdadeiramente algo, vamos adaptando nossa vida para que isso aconteça. Empreender não é simplesmente largar tudo do nada, como nada nessa vida é assim, não é mesmo? Empreender é acreditar e batalhar para que isso aconteça. É dar um passo de cada vez. Vai ter dias que vai dar tudo certo e dias que nem tanto. E você precisa ter um bom motivo para continuar nesses dias. O meu maior motivo: acreditar que é possível. Tomar a decisão de sair nunca vai ser fácil. Mas não podemos deixar que nosso medo seja maior que nosso sonho.
– e o que você diria para aquelas pessoas que são infelizes no trabalho, mas tem medo, não sabem por onde começar e acabam não fazendo nada para que a situação mude?
A primeira coisa que recomendaria é que a pessoa pare um tempo para olhar dentro de si mesmo. Na correria do dia a dia vemos tudo o que está ao nosso redor, prestamos atenção em tudo, menos no mais importante: nós mesmos. Quando alinhamos e descobrimos quais são nossos sonhos de verdade, fica quase impossível não agir.
Quando paramos para pensar que a cada dia que podíamos ser felizes estamos sendo infelizes, temos que entrar dentro de nós mesmos e descobrir o que nos “prende” nessa situação. Dinheiro? Conforto? Medo? Insegurança? Família? É importante descobrir o que nos prende para que a gente possa lidar com essa situação e começar a agir para muda-la. Sair da zona de conforto nunca é fácil, mas, com certeza é algo que vale a pena.
Então, minha dica seria: se conheça, descubra o que te prende e procure ajuda (em livros, profissionais, cursos) para mudar isso.