Explicando o nosso trabalho

Há oito anos trabalho com marketing. Antes disso trabalhei três anos como repórter. Sou escritor e já publiquei um livro. Por mais que você possa achar que pareça, não é nada simples explicar o que eu faço e meu dia a dia. Então já são 11 anos que preciso explicar (ou pelo menos tentar) o que eu faço. E percebo que a maioria das pessoas de fato não entende, mesmo depois de muita explicação.

Dentro do marketing e da comunicação temos várias possibilidades. Já começa a ficar desafiador explicar por esse lado. Explicar como funcionam os bastidores de um lançamento ou o dia a dia de trabalho na área não é tarefa simples. Hoje quando alguém pergunta o que eu faço, já respiro fundo e penso com calma antes de responder. Ou já falo que trabalho com marketing para ficar mais fácil de explicar.

Mas fiquei refletindo nos últimos dias, especialmente com um novo trabalho, o quanto é cada vez mais difícil explicarmos nossas funções. Talvez médicos e advogados são os que menos respondem por esses questionamentos. Mas pare e tente me explicar como funciona o trabalho de um psicólogo, um contador ou administrador de empresas. Pode até ser que você entenda a área em que a pessoa está, mas o que de fato ela faz não é nada simples de entender.


A popularização de algumas áreas x como as pessoas enxergam


Quando eu falo que trabalho com marketing, as reações são variadas. Não são poucas as pessoas que entendem que trabalhar com marketing é vender cursos online nas redes sociais, fazer divulgações o tempo todo e tentar vender qualquer curso como afiliado para ganhar comissão. Não demora para começarem perguntas sobre isso e depois eu preciso explicar que na verdade o que eu faço não é isso. A popularização do marketing digital, dos gatilhos e das vendas acima de qualquer coisa é que de certa forma até desvalorizam a área.

Situação parecida ocorre quando digo que faço a revisão ortográfica de TCCs. Não são poucas as pessoas que perguntam quanto eu cobro para fazer um TCC do zero. Eu não faço e explico que é crime fazer esse tipo de trabalho. Quem vende e quem compra está cometendo um crime. Infelizmente esse comportamento é bem comum, então é mais um exemplo de atitudes de outras pessoas que desvalorizam nosso trabalho.


Vivemos um momento de mudanças


Nem todos entenderam isso, mas vivemos um momento de mudanças profundas. Não faltam matérias comentando que a maioria dos trabalhos que faremos daqui alguns anos sequer existem hoje. Ou seja, essa situação toda ainda vai ser bem mais intensa de agora em diante.
Se antes era difícil explicar o que fazemos, a tendência é que isso só se torne mais difícil com o passar do tempo.

Então podemos pensar em formas mais divertidas de lidar com essa situação ou até de refletirmos sobre a importância desse tema.

O primeiro ponto a pensar sobre isso é que às vezes tentamos explicar e nos preocupamos muito em contar melhor sobre o nosso trabalho. Quando, na verdade, ninguém está nem aí para o que a gente faz. Na maior parte das vezes essa é aquela pergunta respeitosa. Assim como dizemos “oi, tudo bem”, em determinadas conversas pode ser que perguntem o que você faz, mas também apenas por educação. Não precisamos dar uma resposta profunda e explicar exatamente o que fazemos.

Em outras situações, pela falta de assunto ou até mesmo a possibilidade de iniciar uma conexão, é mais comum que de fato as pessoas queiram entender sobre o nosso trabalho. Quem não tem tanta convivência com a nossa área vai nos perguntar um pouco mais sobre nosso dia a dia. E nesse momento talvez seja necessário falar um pouco mais sobre nossas atribuições. Mas apenas nessas situações. Sempre com paciência para conversar sobre o assunto.

Lembrar disso também nos mostra o quanto vivemos em um momento diferente e único. Diferente dos nossos pais e avós que não tinham essa questão e alguns deles ficaram anos e anos na mesma empresa, no nosso caso a situação é bem diferente. Como qualquer parte de nossa vida, isso tem vantagens ou desvantagens.

Já sofri bastante por ter que explicar o que faço e por esse ser um assunto relativamente comum no meu cotidiano. O fato de ser escritor também é motivo de dúvidas e curiosidades. Mas hoje vejo com mais tranquilidade e entendendo que vivemos em constante mudança. E inclusive nosso trabalho vai passar por essas mudanças.

Pode parecer um assunto bobo e desinteressante em um primeiro momento. Fiquei pensando nisso enquanto escrevia. Mas todas as vezes que parei para pensar e refletir sobre, lembrei de que também merece ser refletido e devemos pensar em todas essas mudanças que nós como pessoas e sociedade estamos passando. Mudar faz parte, a vida muda constantemente. Mas por mais que isso seja normal, não estamos tão acostumados e prontos para lidar com tudo isso.




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Olá. Meu nome é Dieverson Colombo, tenho 32 anos e definitivamente não consigo me apresentar em poucas palavras. Mas para você não ficar mais confuso, posso te dizer que me formei em jornalismo, já fiz muita coisa para conseguir pagar as contas, sou escritor e publiquei meu primeiro livro em 2019. Também gosto muito de ouvir e produzir podcasts e por isso você vai encontrar conteúdos nesse formato por aqui.

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