O artesanato como trabalho na vida da empreendedora Helga Mendonça

Fotos: Arquivo Pessoal
Fotos: Arquivo Pessoal

Helga Mendonça é mãe e empreendedora. Já trabalhou em um banco e em uma universidade, mas depois do nascimento de sua filha uma paixão antiga acabou se tornando um projeto para o futuro: o artesanato. Hoje ela divide o tempo entre cuidar da filha, da casa e produzir sapatos em tecidos para bebês. Conheça um pouco mais da nossa entrevistada de hoje e perceba que se você é apaixonado por alguma área, deve seguir essa paixão.

– para quem não te conhece, quem é Helga Mendonça?

Helga Mendonça, mãe, esposa, empreendedora e hoje muito feliz por estar  trabalhando com o que ama: artesanato e empreendedora digital. Durante mais de vinte anos atuou no mundo corporativo na área financeira. Se formou em administração de empresas, pós em gestão de negócios, mba em gestão pública entre outros cursos da área financeira. Paralelamente também fazia alguns cursos de artesanatos, mas apenas como hobby, e hoje eles são sua fonte de renda.

– no que você já trabalhou e por quanto tempo?

De trás para frente (rs) Vou resumir: oficiais com registro CLT:
– até setembro de 2012 – Tutora de ensino a distância – Unip
– até março de 2009 – Analista Financeira e Secretária – Itaú- Unibanco
– até setembro 1999 – Secretária – Sesi
– anterior escritório contábil

– era infeliz nos seus trabalhos?

Infeliz é muito pesado.Passei por momento difíceis, algumas humilhações, mas eu sempre gostei de trabalhar muito, era o que eu sabia fazer, trabalhar e estudar. Na Unip eu ia por amor ao que eu fazia, porque financeiramente não compensava.

– Como foram essas experiências profissionais?

Foram experiências que levarei para sempre e as utilizo no meu dia a dia. Quando entrei no banco eu era secretária e a exigência era muito grande tanto em carga horária como em cobrança de entrega de trabalho com muita qualidade.
Era muito comum me solicitarem algo, eu perguntar “onde encontro isto”? e a resposta era: “não sei, se vira.” E eu me virava e entregava. Era difícil, mas aprendi e cresci muito.
Sempre fui muito interessada em tudo. Fui atrás de estudos, cursos, aprendizados dos mais diversos e este período foi um complemento. Na Unip, fui apenas por insistência de um amigo. Ele me convidou, eu disse que não queria, ele insistiu e eu fui. Foi o emprego que mais amei e o que menos financeiramente me atribuiu.

– você pretende trabalhar de agora em diante com artesanato em casa. Como surgiu sua paixão pela área? É desde sempre ou foi mais depois que sua filha nasceu?

Meu objetivo é sim trabalhar em casa. Desde sempre tive a paixão pelo artesanato. Quando era criança eu fazia diversos artesanatos, reciclava tudo o que era possível e sempre procura descobrir algo para fazer. Lembro que o que me ensinavam eu aprendia. Acredito que hoje não seja diferente com as crianças. Em sua cidade está a “febre” das pulseiras de elástico? Aqui em SP sim e eu precisei aprender para fazer para uma linda criancinha! No período entre eu ter saído do banco e iniciar na Unip, dei aulas de artesanato em um CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados). Era um trabalho como voluntária, mas era grandioso.Eu ensinava diversos tipos de artesanatos mas o foco era reciclagem.
Eu também gostava muito de estar ali e também ensinava economia doméstica. Fiquei ali até iniciar meu trabalho na Unip. Minha filha fez a mudança, porque no fundo eu nunca acreditei que o artesanato pudesse me dar uma fonte de renda. Precisei assistir muitas palestras de pessoas que iniciaram seus negócios para poderem passar mais tempo com seus filhos e isto me motivou.

– você não foi artesã desde sempre por pensar que a profissão não te daria retorno?

Eu não acreditava que com o artesanato fosse possível me sustentar, apesar de ver muitos artesãos trabalhando e eu ter comprado meu primeiro carro a partir de trabalhos artesanais.

 

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– o nascimento de sua filha foi fator importante para você querer largar tudo e seguir no meio digital?

Com certeza. Se não fosse ela eu estaria no mundo corporativo.

– como está esse processo? já está trabalhando como artesã? você tem uma parceira para trabalhar contigo?

Já tenho todo o equipamento e matéria-prima necessária. Estou com a produção muito lenta porque quero fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Parceria oficial não. Tenho uma colega artesã que me ajuda dando orientações e me motivando, isto é muito bacana.

– qual será o foco do seu trabalho?

Produzirei sapatinhos em tecidos para bebês.

– e o que pretende fazer no meio online?

Venderei meus sapatinhos por este meio.

– você também me disse que quer trabalhar como afiliada. Como está esse processo? Já definiu em que produtos?

A partir do nosso curso com a Paula (Quintão), descobri o que é ser afiliado e isto me chamou muito a atenção. Nunca trabalhei com vendas, por ser um pouco tímida para oferecer produtos, mas esta forma de trabalho muito me atraiu. Talvez porque estarei atrás da tela do computador será mais fácil.
Estou absorvendo o conhecimento disponibilizado no curso, estou lendo o e-book “O mundo dos afiliados”, vi os vídeos, também da Paula, com cinco passos sobre o mundo dos afiliados, fiz diversas anotações e também me inscrevi para participar do evento do “Afiliados Brasil” que será em maio.

– também quer escrever um livro. Como está essa ideia? Seria sobre que assunto?

É algo estranho porque isto nunca me passou pela cabeça, quanta mudança, mas quero sim. Vou trabalhar com motivação, contar um pouco da minha história e incentivar pessoas e principalmente artesãos a exercerem esta atividade.

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– hoje sua renda é do seu marido?

95% sim. Eu tenho uma pequena economia que fiz dos meus anos de trabalho. Uma parte usei dali para o ateliê porque o Gerson não aprova este meu empreendimento, então não me ajuda.

Como é lidar com a falta de apoio do seu marido?

É algo que também estou aprendendo a lidar. Tenho tido muito jogo de cintura e procuro não trabalhar nos momentos em que ele está em casa. Evito usar o celular e fazer qualquer atividade que se refira “aos meus trabalhos”. Ele não conhece este novo método de trabalho então não entende e automaticamente não me apoia, mas também não quer saber como funciona. Vou levando, realmente tendo jogo de cintura e apostando na seguinte frase: “melhor ser feliz do que ter razão”.

Isso influencia no seu trabalho?

Sim, e muito. Como disse, nos momentos em que ele está em casa não trabalho e seria um ótimo momento porque assim ele ficaria com nossa filha, mas não é possível. E quando ela está em casa acordada também é super complicado, pois ela quer atenção e é difícil eu ficar brincando com ela e trabalhando. Vou fazendo na medida do possível.  E resolvi tirá-la da escola. Então no momento ela está em casa durante todo o dia.

– como está o processo de lançamento do teu site? você vai fazer todo o trabalho de artesanato da sua casa?

Sobre o site, só tenho o domínio. Travei neste parte do curso, então vou deixar para mexer com isto um pouquinho mais adiante. O meu ateliê é em minha casa. Peguei metade de um quarto, instalei algumas prateleiras e fiz uma bancada a partir de uma porta. Preciso de mais alguns itens, mas nada que me impeça de seguir com meu trabalho.

– o que a oficina de aprimoramentos tem te ajudado para seguir com esse objetivo?

Nossa, como tem sido válido! Não só pelo conteúdo, mas pela simplicidade da Paula, e o calor que existe entre nós colegas de curso é grandioso. Estar neste grupo e a troca que há entre as pessoas, mesmo sendo atrás da telinha. Fiz amigos muito queridos. Foi o melhor investimento em conhecimento que fiz até hoje.

– quais são seus projetos futuros com o artesanato? tem alguma ideia em mente?

Vou iniciar sozinha e com o crescimento do negócio contratarei uma pessoa para me ajudar.

– o que você diria para quem quer empreender, mas tem medo e prefere ficar no seu emprego atual?

O emprego atual é desgastante, te deixa triste, mas é algo “seguro” e que ” paga sua contas” então é difícil tentar algo novo com pouco conhecimento? Vivi isto por muitos anos. Mesmo sem estar trabalhando “oficialmente”, porque como mãe e dona de casa, se trabalha muito mais, o turno é de 24 horas, eu também tinha minhas dúvidas sobre ser empreendedora por desconhecer. Tive a oportunidade de conhecer este mundo “novo” por meio dos congressos online, que também é algo novo no Brasil, mas fora já algum tempo tem grande adesão.
Minha sugestão é conhecer estes congressos, aprender com os palestrantes e aos poucos ir direcionando para o ramo de seu interesse. É muito grandioso ouvir histórias de pessoas, que, como nós, também tinham um emprego tradicional e depois se mobilizaram a conhecer novas oportunidades de trabalho e dar a chance ao universo de nos ajudar a fazer algo que nos faça feliz. Vale a pena conhecer.
Na pior das hipóteses, você volta ao trabalho tradicional. Este é o acordo que fiz com meu marido. Mas, de verdade, acredito que não volto mais. Se um negócio for por um caminho diferente do que eu havia planejado, recomeçarei outro e assim por diante.
Resumindo: é importante conhecer as oportunidades que estão disponíveis, ouvir pessoas e decidir o que mais se adapta a algo que o faça feliz. Boa sorte e sucesso!

28 respostas

  1. Eu to aqui mega feliz com a jornada da Helga, e com o teu trabalho Dierverson.
    Estamos nesse mesmo barco, nessa transição maravilhosa. Torço para que tudo dê certo.

    As vibrações da Paula nos contagiam e nos impulsionam. Isso é maravilhoso!

    Parabéns pela coragem Helga, também tenho uma pequena em casa e sei o quanto é difícil trabalhar enquanto ela está acordada. E o artesanato requer tempo e concentração, afinal são peças únicas.

    Grande abraço!

    1. Oi Joyce
      Que bom que compartilha comigo suas dificuldades.
      Agora a Larissa está na escola pela manhã e isto é bom e a tarde ela dorme pelo menos 2 horas e isto me ajuda muito.
      Tente conciliar seus horários com o de sua lindinha e assim teremos sucesso.
      Bj bj

    1. Oi Dona Lola querida
      Que bonito seu comentário.
      Estou aqui na luta, conciliando artes, produtos digitais, Larissa, casa e marido e a senhora sabe bem o que é isto.
      Fico muito feliz por também fazer parte desta história, pois como professora “detalhista” me ensinou a cuidar dos pequenos detalhes que fazem a diferença.
      Gratidão
      Super abraço

  2. Ah, que maravilha ver essa turma funcionando a todo vapor, e mais, um ajudando o outro! Adorei a entrevista! Parabéns aos dois pela partilha, como muito bem diz nossa querida Paula Quintão! Muito sucesso ao Mudança de Planos, que o blog possa ajudar e inspirar mais pessoas!
    Abs.
    Clarissa

    1. Muito obrigado Clarissa. A Oficina está sendo muito importante mesmo.
      Quero ajudar e inspirar cada vez mais pessoas.
      Sucesso no seu projeto como artesã.
      Em breve você será entrevistada aqui também.

      Abração!

    2. Ai que bom dividir este espaço com mais uma artesã!
      Nossos caminhos são muito parecidos já observou?
      Espero que possamos compartilhar nossos aprendizados e nos ajudarmos, junto também com esta turma maravilhosa.
      Desejo muito sucesso a nós.
      Bj enorme de grande

    1. Oi minha Nahdjy querida
      Que gostoso ver você aqui.
      E vamos seguindo nosso caminho.
      Olha que bênção. Publicação de minha entrevista com nosso querido Dieverson e o nascimento da nossa fanpage “Empreendendo o Bem”, tudo muito lindo.
      É por te ter perto.
      Bj grande

    1. Sil querida
      Que delícia ver seu comentário.
      Estamos aqui aprendendo e seguindo, vamos rumo ao topo da montanha “um passo de cada vez” e se pudermos ir juntas, será muito mais gostoso.
      Bj grande

  3. Dieverson querido
    Que gostoso ter feito este trabalho/entrevista contigo é muito gratificante.
    Desejo que venham muitas outras, comigo e com pessoas que lhe tragam boas energias, sucesso e aprendizado.
    Muita luz e sucesso em seu caminho.
    Gratidão
    Bjs

    1. Oi Helga. Que bom que gostou de conceder a entrevista.
      Parabéns pela coragem em se dedicar ao artesanato e enfrentar todos os problemas. Com certeza o que você contou vai incentivar e inspirar muitas pessoas.

      Abração!

  4. Parabéns, Helga!
    Sei da sua dedicação e penho, isso atrai coisas boas na vida e vc está no caminho certo!
    Como dito, sua história há de inspirar muitas outras mulheres. E não fique chateada, os homens demoram um pouco para perceber as coisas…rs! Seu marido é ótimo e intelugente, logo, logo vai te dar os parabéns e te honrar, como nós…!!! Eu creio!
    Vc é nota dez (10…!!!), tenho muito orgulho por ser sua amiga pessoal e acompanhar sua evolução! Conte comigo na sua jornada…

    Bjks, Talitinha Godoy

    1. Oi amiga Talitinha querida
      Sempre muito bem vindo seus comentários. Quando são críticas, são melhores ainda pois elas me fazem crescer e ser uma pessoa melhor.
      Estamos ai trilhando um caminho que nos faça feliz.
      Gratidão por sua amizade.
      Bjs

  5. Estou desempregada sempre trabalhei de promotora de vendas gostaria de uma orientação ou se alguém precisar para ajudar com vendas sou bem comunicativa, preciso aprender alguma coisa nova sou casada tenho so uma filha que já casou tenho tempo disponível e tenho 45 anos de idade.meu telefone é 56217557 moro em São Paulo
    .

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Olá. Meu nome é Dieverson Colombo, tenho 32 anos e definitivamente não consigo me apresentar em poucas palavras. Mas para você não ficar mais confuso, posso te dizer que me formei em jornalismo, já fiz muita coisa para conseguir pagar as contas, sou escritor e publiquei meu primeiro livro em 2019. Também gosto muito de ouvir e produzir podcasts e por isso você vai encontrar conteúdos nesse formato por aqui.

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