Lane Lucena é empreendedora, mãe e sonhadora. Continua trabalhando no mundo corporativo, mas ao mesmo tempo está com seu projeto próprio, focado na essência de cada um de nós. Ela também é coach, está escrevendo um livro e foca o seu trabalho no autoconhecimento para ajudar as pessoas em suas dificuldades. Conheça um pouco mais da entrevistada de hoje.
– para quem não te conhece, quem é Lane Lucena?
Eu sou uma buscadora. Sempre procurei manter-me atualizada. Normalmente, gosto de me manter abastecida de conhecimento. Amo viajar, comunicar-me com as pessoas, falar sobre assuntos variados, ler e estudar. Sou muito curiosa e, por isso, sempre estou esmiuçando coisas. Fui mãe aos 28 anos de idade, de uma linda menina que, hoje, tem 10 anos, a Maria Carolina. Costumo dizer que ela é a minha pérola, pois temos uma relação espetacular de cumplicidade e amizade.
Depois de vinte anos no mundo corporativo, percebi que me faltava algo que fizesse me sentir plenamente realizada. Foi, então, que procurei fazer a formação em Essential Coaching. Isso me possibilitou um autoconhecimento profundo e fez com que nascesse a vontade de navegar mais nesse universo. Foi uma verdadeira imersão e tive a certeza que seria possível o começo de uma dedicação àquilo que se tornou tão importante na minha vida.
– no que você já trabalhou?
Trabalhei por nove anos na AmBev, meu primeiro emprego, tendo passado por vários setores na empresa. Depois de casar-me, mudei de cidade e montei uma pequena empresa que empreendi por dois anos. Novas mudanças de cidade ocorreram, e, há sete anos estou em atividade na empresa em que trabalho atualmente.
– no que trabalha hoje?
Hoje trabalho em uma empresa familiar, no ramo do varejo da construção civil. Em paralelo ao meu emprego, tenho me dedicado ao meu site “Viva Sua Essência” (http://vivasuaessencia.com), que é um cantinho onde publico assuntos na área de desenvolvimento, autoconhecimento, bem como um espaço para interagir com o meu público/leitor. Estou na fase de plantio, mas já existem algumas sementes que germinaram e já estão dando frutos.
– é formada em alguma área?
Sou graduada em gestão comercial, pós-graduanda em comportamento organizacional e gestão de pessoas. Encontro-me em fase de certificação em essential coaching e já cursando a formação em psicanálise clínica.
– você disse que ama gestão comercial, mas queria tornar esse amor em um trabalho mais livre e que pudesse colocar suas ideias em prática. Quando começou a pensar nisso?
Sim, sempre gostei do mundo da gestão: identifico-me muito com essa área. Tudo começou depois que participei do CONAEI 1.0, organizado por Paula Quintão, em maio do ano passado. Eu já havia mergulhado nesse mundo do autoconhecimento por meio de muita leitura. Porém a Paula, sutilmente, fez com que eu acreditasse que era possível empreender no meio digital e tudo começou a disparar de forma positiva. Por incrível que pareça, na mesma época, assisti um webinário da Paula Abreu em que ela perguntava: onde você quer estar daqui 10 anos? E essa pergunta ecoou por dias na minha mente. E, então, veio uma inquietude e a necessidade de me movimentar em direção aos meus propósitos.
– que ideias vieram a partir dessa percepção?
Nossa! Um universo de possibilidades começaram a surgir: mudanças inesperadas ocorreram em sequência. Com isso, passei a acreditar que, quando pensamos positivo, geramos uma energia à nossa volta e, assim, podemos vivenciar os nossos desejos e materializá-los com mais facilidade. Depois que essa corrente se forma ao nosso redor, nenhuma outra energia oposta consegue nos atingir. Isso simplesmente é maravilhoso, e posso garantir que é real.
– hoje você está se formando em coach? Como está esse processo?
Sim, hoje já me considero uma coach: minha certificação será em julho deste ano. A minha formação esta sendo completada. As experiências práticas vivenciadas puderam abastecer-me de muito conhecimento. O retorno e reconhecimento, muitas vezes, tornam-se muito mais prazerosos do que o próprio retorno financeiro; isso é algo que acaba por vir com o tempo.
– como foi a escolha pela carreira de coach?
A escolha foi algo que aconteceu naturalmente, principalmente pelo desejo de poder fazer um trabalho voltado para o autoconhecimento. Lidar com as pessoas e com as suas dificuldades, ao mesmo tempo que por meio do meu conhecimento, e das ferramentas do processo de coaching, elas possam perceber-se como pessoas capazes de encontrar as respostas de que precisam dentro delas mesmas: assim, pelo próprio esforço, buscarem um caminho mais assertivo. Ser uma coach, para mim, é algo bem definido nesse momento. Sei que terei a possibilidade de me realizar como pessoa, bem como profissionalmente.
– continua trabalhando no mundo corporativo?
Sim, continuo trabalhando. Atualmente, tenho toda organização e planejamento para que os dois mundos não se misturem. Quando tenho que gerir a empresa eu faço, e, quando é para navegar no mundo que é “viver a minha essência”, eu vivo.
– você tem seu site, o Viva Sua Essência. Como surgiu a ideia e qual o propósito do site?
A ideia do “Viva Sua Essência” surgiu em uma aula da formação em coaching: me veio a mente a palavra “essência”, e, então, meio que, como um sonho, eu acordei no meio da noite e pensei: “Viva Sua Essência”, esse será o nome que tenho buscado para o meu empreendimento. Não deu outra, fui logo pondo as ideias no papel e elas simplesmente brotaram.
– você também lançou recentemente um programa de 21 dias para lidar com a ansiedade. Acredita que esse é um dos principais problemas de quem quer virar empreendedor?
Acredito ser a ansiedade o mal do século, dentre tantos outros problemas. Escolhi esse tema por ter vivenciado a ansiedade por anos: era uma pessoa extremamente ansiosa e isso me afetava de uma forma muito negativa. Então, eu observei alguns grupos que participava. Resolvi, então, dedicar-me a pesquisar mais sobre o assunto. Na época, já lia muito a respeito por causa de uma especialização que estava concluindo na área de psicologia e saúde mental. Nesse processo de investigação sobre como lidar com a ansiedade, acabei aplicando algumas técnicas bem simples e que deram bons resultados.
Quanto à ansiedade ser um dos principais problemas de quem quer se tornar empreendedor, acredito que, talvez, tenha a sua parcela de contribuição. Contudo, creio que engloba muitas outras coisas, tais como, por exemplo: a falta de recursos financeiros, não saber identificar um talento ou, talvez, não procurar especializar-se na área que deseja atuar.
– você está escrevendo um livro, certo? É uma espécie de biografia? Conte um pouco mais sobre isso.
Sim, tenho esse projeto, já tenho algo iniciado. O título será: “Suave na Nave – Uma vida com mais leveza”. Na verdade, o que irei escrever tratará sobre das maneiras de vivenciar o mundo atual. Essa busca desenfreada para se chegar a algum lugar que, muitas vezes, as pessoas nem sabem aonde querem ir. As pessoas, atualmente, cultivam hábitos decorrentes do conforto da vida moderna, acabando por se acomodar com tantas facilidades.
O crescente emprego da tecnologia, enfim, está substituindo as atividades ocupacionais que demandam um gasto energético por facilidades automatizadas. Optam, cada vez mais, pela lei do menor esforço: comida pronta, mundo virtual, etc. Tudo isso, no meu entender, acaba comprometendo a vitalidade e criando um isolamento do ser humano. Pretendo falar de coisas bem simples, que são possíveis de se realizar, sem que seja necessário desconectar-se totalmente da vida moderna.
– o que está fazendo no empreendedorismo? Quais seus planos?
Nesse momento, estou plantando e acho que essa é a melhor fase. Eu acredito que os frutos são resultados que colhemos, depois de muito esforço e dedicação. Os meus planos estão bem definidos e a medida que forem acontecendo vão se modelando. Atualmente, estou investindo nos meus estudos, ao mesmo tempo que ponho em prática o meu aprendizado.
– o que projeta para o futuro?
Projeto um mundo de muitas possibilidades: engajar-me em projetos que tragam muitas alegrias em poder colaborar no crescimento/desenvolvimento das pessoas e, lógico, que meu empreendimento se torne auto-sustentável.
– você comentou que está aprendendo que a idade não é o importante para as pessoas irem atrás dos seus sonhos e cita você como exemplo. Acha que as pessoas desistem de sonhar por se acharem velhas? O que você diria a elas?
Há um tempo atrás, via a idade como um empecilho. Contudo, depois, pude perceber que estava profundamente enganada e que, para alcançar um sonho, a idade não tem tanto peso assim. Hoje, por exemplo, sinto que sou muito mais capaz do que há 20 anos. É bem mais fácil ter os pés no chão aos 38 anos, do que aos 18. Você não acha?
Eu diria que reflitam mais a respeito de quais sonhos desejam alcançar e, independentemente de idade, usem a sua força e dêem o primeiro passo: como dizia Lao Tsé, “Uma longa viagem começa com o primeiro passo”.
– você é bem remunerada hoje?
Essa é uma pergunta em que a resposta dificilmente seria de que estamos satisfeitos. No meu emprego atual, considero que poderia ser melhor remunerada, claro! Mas, esse não foi um fator decisivo para me fazer pensar em uma transição de carreira. Eu sempre penso que não importa o quanto ganhe, mas sim o quanto acordo disposta para mais um dia de trabalho, fazendo aquilo que amo. É lógico que devemos sempre valorizar o nosso trabalho.
– acha que o empreendedorismo é uma boa dica para quem quer ser feliz no trabalho?
O empreendedorismo é sempre uma boa dica. Porém, não são todas as pessoas que conseguem empreender, pois é preciso saber agregar valor, identificar oportunidades e transformá-las em um negócio lucrativo. O empreendedorismo está fortemente relacionado com a inovação e a criatividade. Consequentemente ter ganhos sustentáveis com novos produtos ou métodos.
– como vê essa questão de ser feliz fazendo o que gosta? Já foi infeliz em seus trabalhos anteriores?
Ser feliz é fundamental, principalmente no trabalho, que é onde dedicamos a maior parte do nosso tempo. Não consigo entender como tantas pessoas só reclamam do trabalho, mas não fazem absolutamente nada para mudar: não procuram se aperfeiçoar, na verdade, parecem que esperam um milagre acontecer. Nunca fui infeliz no meu trabalho, e, se algo me incomodou, busquei logo a solução. Sou grata por todos eles.
– teve ou tem medo de seus projetos não darem certo? Como lida com isso?
Medo é algo praticamente extinto do meu vocabulário. Na verdade, o medo é um sentimento de alerta, mas não podemos deixar que isso domine a maioria das nossas decisões. Se tenho medo, e preciso fazer algo, vou com medo mesmo. Não perco oportunidades atraentes por causa do medo.
– qual teu propósito de vida?
Meu propósito é ter uma vida mais leve, com mais liberdade: é criar a minha filha com conforto e simplicidade. É ser feliz, vivendo a minha essência.
– por que você acha que as pessoas são infelizes em seus trabalhos, mas tem medo de empreender e fazerem o que gostam?
A partir do momento que você busca um emprego e não um trabalho (visando apenas a sobrevivência financeira), acaba por colaborar para uma vida profissional não muito feliz. Eu sei que vivemos num país em que as taxas de desemprego são altíssimas. A vida não é fácil, mas existem formas de superar alguns desafios. Isso inclui a vida profissional também.
Procurar descobrir um talento já seria um bom começo para quem deseja empreender fazendo aquilo que gosta. Existe uma demanda de pessoas necessitando de coisas, serviços, objetos, conselhos, e porque não oferecer um talento transformado nessas necessidades? Eu costumo falar: devemos estar sempre atentos aos sinais. Isso quer dizer que as oportunidades podem surgir ao seu lado. Se você não tiver atento, não poderá identificá-las.
– o que você diria para uma pessoa que é infeliz em seu trabalho, mas não tem coragem de sair?
Respire fundo! Procure se autoconhecer melhor. Comece a ver a vida como se fosse um filme. Pergunte-se onde deseja estar daqui a 1 ano, 5 anos e 10 anos. Depois que souber honestamente as respostas, é partir para a ação. Recicle-se, tire férias, melhore seu currículo, construa uma rede de relacionamentos, otimize seu tempo com coisas relevantes, invista em si mesmo, enfim. Ficaria horas aqui dizendo o que fazer, mas esse seria assunto para uma outra entrevista. Enorme gratidão pelo convite e deixo aqui o meu abraço aos seus leitores.
Mais um recado: nos próximos dias meu novo ebook estará disponível. Falo sobre Autoconfiança – Desenvolvendo o Poder da Autoconfiança. Fiquem ligados no site e na fan page do Facebook: https://www.facebook.com/vivasuaessencia.
3 respostas
Eu gosto muito de acessar as entrevistas aqui, conhecer histórias inspiradoras! Lane mandou bem e me chamou atenção sobretudo o que ela diz sobre o “medo”: vou tentar seguir o seu exemplo, Lane! Parabéns aos dois: entrevistador e entrevistada!!! Abraço e gratidão!
Oi Maria do Carmo. Que bom que você gosta das entrevistas. Fico feliz. Minha missão é exatamente a de inspirar as pessoas.
E a entrevista com a Lane está muito inspiradora!
Grande abraço!
Minha querida Maria do Carmo, muito carinho. Fico feliz que tenha gostado. É gratificante quando de alguma forma tocamos o coração das pessoas. Bjs