Anna Hilbert tem 25 anos e é empreendedora desde os 18. Jornalista por formação, sua entrada no empreendedorismo foi trabalhando em uma loja de artesanato com a família. Mas também já atuou na área, aprendeu muito como estagiária e há dois anos criou a agência Clockwise. Ela também organizou no final do ano passado o 1º Fórum Brasileiro de Negócios Criativos, 100% online, e pretende lançar uma segunda edição. Conheça um pouco mais da entrevistada de hoje.
– para quem não te conhece, quem é Anna Hilbert?
Anna Hilbert é jornalista por formação, empreendedora de coração, artesã e blogueira por paixão! Especialista em comunicação e marketing, está à frente da Clockwise, agência especializada em mídias sociais e gestão de cursos online. É organizadora do 1º Fórum Brasileiro de Negócios Criativos e busca sempre despertar o empreendedor que há dentro de cada um. Em seu blog procura ajudar pequenos e novos empreendedores a alavancarem seus negócios por meio da internet, com dicas de marketing, comunicação, criação e uma pitada motivacional.
– o que você faz hoje?
Hoje estou me dedicando ao lançamento do meu blog, onde quero compartilhar com novos e pequenos empreendedores instruções e dicas para divulgar seu negócio online. Também, na minha agência, estamos fazendo a gestão de cursos online e gerenciando contas de clientes nas mídias sociais. Trabalhamos com marketing e comunicação digital.
– o que já fez profissionalmente?
Meu primeiro contato com o mundo empreendedor foi aos 18 anos, quando minha mãe e eu montamos nossa loja de artesanato. Trabalhei com a parte de criação e produção de produtos, dei cursos e atendia clientes. Neste tempo também estagiei como repórter em televisão, jornal e portal de notícias – já que estava na faculdade. E há dois anos e meio, montei minha agência – a Clockwise – que atende clientes dos mais variados setores, sempre com o foco em mídias sociais.
– você é formada em jornalismo. Como foram as experiências na área?
Há um certo esteriótipo do jornalista como repórter, mas o que muitas vezes é deixado de lado (e nem mesmo ensinado na faculdade) é que o jornalista pode empreender como assessor de imprensa, de comunicação, entre outras áreas que abrangem a comunicação. Já fiz estágio como repórter, mas hoje atuo como comunicadora. Sempre amei televisão e queria ser correspondente internacional – hoje prefiro o YouTube!
– você é empreendedora desde os 18 anos. Como surgiu isso? Era algo que queria?
Eu queria ganhar dinheiro, isso sim! A loja de artesanato era um sonho de minha mãe e eu entrei na onda. Eu não tinha noção na época, mas aquela experiência me fez enxergar minha vida profissional com outros olhos. Nunca fiquei muito tempo em um estágio, pois não conseguia lidar com a hierarquia de empresas “tradicionais” onde mandam você fazer as coisas, mas nunca procuram conversar, trocar ideias e discutir melhorias. Acredito que não tenho perfil para ser ‘funcionária’, eu acredito mais em ‘colaboradora’, sabe? Nosso atelier despertou meu lado empreendedor e eu adoro poder ter meu próprio negócio.
– você me contou que fez alguns estágios na área. Que experiências você levou disso?
A principal: ser gentil com os colaboradores e proporcionar uma excelente experiência de trabalho. Já na visão de estagiária, percebi que só vale a pena ‘dar seu sangue’ pelo estágio quando você tem um retorno bom disto. É muito comum o abuso de poder para com os estagiários e é importante saber diferenciar isto quando se é estagiário.
– três meses depois que você conseguiu um estágio preferiu sair para trabalhar com a loja de artesanato de sua família. Por que essa decisão?
Isso foi no meio da faculdade. Eu não via futuro para mim na cidade onde morava, isso porque na minha cabeça jornalista só poderia trabalhar como repórter. Então mudei de curso (fui para direito) e também saí do estágio. Foram seis meses de muita reflexão, mas que fizeram toda a diferença na minha vida, pois tomei consciência de que comunicação sempre foi minha paixão e não poderia deixar isto de lado. Voltei para o jornalismo, fiz mais alguns estágios e logo montei minha agência.
– seu trabalho era produzir as peças. Era algo que gostava ou acabou precisando fazer porque era empresa da família?
Eu amo fazer trabalhos manuais como patchwork e pintura. Era algo que eu gostava muito de fazer. Adorava o feedback dos clientes e podia exercitar a criatividade.
– em um estágio, você precisou implantar um setor, algo impensável para um estagiário. Que experiência você levou disso?
Uma excelente experiência: descobri que sou capaz de realizar qualquer coisa, desde que eu esteja feliz fazendo aquilo!
– teve um momento e uma frase que fizeram você ter vontade de criar uma agência. Que momento e frase foram essas e porque te motivaram a mudar?
Nesta mesma agência, o meu “superior” disse que era preciso “usar de malandragem com os clientes”. Isso vai totalmente contra meu pensamento, por isso decidi no dia seguinte sair do estágio e montar minha própria agência.
– hoje você é feliz profissionalmente?
Muito feliz, cada dia mais. É claro que há altos e baixos no processo. Já tive meus momentos ‘down’ onde quis largar tudo, mas é importante ter um propósito. Quando defini o meu propósito de vida, fiquei mais centrada e focada nos meus objetivos. Eu amo comunicação e vivo isso 24/7, a vida profissional é misturada com a pessoal e eu adoro!
– você foi a organizadora do 1º Fórum Brasileiro de Negócios Criativos, que contou com vários entrevistados com foco no empreendedorismo. De onde surgiu essa ideia?
Cheguei aos 25 anos e me descobri adulta! Percebi que o que estava fazendo profissionalmente era maior do que imaginava, que empreender era delicioso e que muitas pessoas deveriam ter esta oportunidade. Comecei a estudar mais sobre empreendedorismo criativo, encontrei uma galera bacana com muita dica boa para dar e resolvi topar este desafio de fazer o FBNCriativos.
– conseguiu ter bom retorno financeiro com o fórum? Acha que é uma boa alternativa para empreendedores que estão começando?
O retorno financeiro foi legal, mas não se compara ao feedback de quem participou assistindo e palestrando. Foi algo que eu não imaginava. Me transformou, pois eu pude ter relatos incríveis de mudança de vida a partir do que foi disponibilizado nas palestras. Isto me ajudou a definir meu foco para este ano, de ajudar ainda mais os pequenos e novos empreendedores.
– tem algum novo projeto para ser implementado?
Meu blog, que comentei anteriormente.
– você empreende desde cedo. O que acha de empreender? É o que quer fazer o resto da vida?
É algo incrível, mas não é para todos! Tem que ter coragem, pois a gente leva muitos murros, chora, cai, mas sempre levanta, sempre aprende e cresce! Empreender já é um estilo de vida, que não quero deixar de lado.
– quando fazia os estágios, gostava dos trabalhos ou isso ajudou a perceber que empreender era melhor?
Eu aprendi muita coisa, desde a técnica jornalística a como tratar as pessoas, a como trabalhar com uma equipe. Sem dúvidas os estágios foram excelentes no processo, mas confirmaram a minha queda pelo empreendedorismo.
– o fórum foi uma forma de incentivo aos empreendedores. Tem mais projetos para incentivar as pessoas a empreender para o futuro?
Quero fazer a segunda edição do FBNCriativos, pois já tem muita gente pedindo! Mas meu outro projeto para este ano é o blog para novos e pequenos empreendedores que não tem como investir em um profissional para gerenciar as mídias sociais de suas empresas. Quero mostrar que eles podem fazer isso e terem excelência no processo.
– tua família sempre te apoiou nas tuas decisões?
Sempre, até nas decisões mais loucas!
– como lida com a questão do medo de não dar certo no empreendedorismo?
Olha, foi um trabalho mental e tanto! Mas hoje estou bem focada nos meus objetivos e sei que posso fazer a diferença na vida de muitas pessoas, de muitos empreendedores e tenho olhado somente para frente. Alguns livros fizeram a diferença para que eu tivesse uma postura mais segura com relação a minha vida profissional, como o Geração de Valor, do incrível Flávio Augusto.
– acredita que empreender é o melhor caminho para quem está infeliz no trabalho hoje?
Esta infelicidade pode ter várias causas. Empreender é ótimo e vale muito a pena se você tem a vontade de ser empreendedor. Ter um negócio próprio não significa que a vida vai ser sossegada, muito pelo contrário. Seus clientes serão seus chefes, você não vai ter férias (mas pode planejar melhor seu tempo!), vai trabalhar mais horas do que o horário comercial estabelece, vai se frustrar, mas também vai se divertir, conhecer muita gente bacana e vai viver os melhores anos da sua vida.
– o que você diria para as pessoas que tem medo de sair de seu emprego para fazerem o que gostam?
O medo é bom, ele vai te manter mais centrado, mas medo demais pode atrapalhar. É preciso analisar bem a decisão de sair de um emprego, pois – a não ser que você tenha uma reserva financeira – os primeiros anos do negócio são incertos, você vai trabalhar muito para lucrar pouco, não vai ter férias e muita gente vai duvidar do seu negócio. Mas é importante ser feliz e saber que seu produto/serviço está fazendo a diferença na vida das pessoas.
Se você tem a possibilidade de deixar seu emprego para investir no próprio negócio, por que ainda não o fez? Agora, se por qualquer motivo o emprego ainda é importante para você, comece já a trabalhar no seu negócio próprio também, afinal tempo é uma questão de preferência e ente às 19h e às 3h da manhã você pode fazer a diferença na sua vida profissional!
– e que dica você daria para quem quer empreender e está cheio de medos e incertezas?
Converse com empreendedores, procure saber a história de pessoas de sucesso que você admira. São tantos os nichos de mercado e tantas histórias incríveis que a inspiração pode te ajudar a superar o medo. Pesquise, aprenda e analise… mas não perca muito tempo com este processo, e só parta para a ação quando se sentir seguro e preparado.