O motocross na vida de Renato Dalzochio Jr.

Fotos: Arquivo Pessoal
Fotos: Arquivo Pessoal

 

Renato Dalzochio Jr. é alguém apaixonado pelo que faz. Hoje ele trabalha com o que ama: o motocross. Ele é o fundador do Cross Clube Brasil, site especializado na área. Mas para isso precisou se planejar, adquirir experiência e lutar para conquistar seus objetivos. Hoje ele ainda não se dedica 100% ao seu projeto por questões financeiras, mas está caminhando para isso e conta as dificuldades que enfrentou nesse caminho. Conheça um pouco mais do entrevistado de hoje.

– para quem não te conhece, quem é Renato Dalzochio?

Renato Dalzochio Jr é um cara apaixonado pela vida. Adoro minha família, meus amigos e meu trabalho. Não me imagino fazendo outra coisa.

– no que você já trabalhou?

Comecei a trabalhar aos 16 anos, como porteiro em uma transportadora aqui em Farroupilha (RS). Depois trabalhei em um depósito de venda de pedras para calçamento, fui auxiliar administrativo em um frigorífico. Mas a comunicação sempre esteve presente na minha vida profissional, mesmo que de uma forma mais informal no início. Ainda aos 16 anos comecei a escrever colunas para um site especializado em notícias e reportagens sobre motocross. Aos 20 anos, decidi me dedicar a minha vocação de jornalista. Trabalhei durante quase três anos no maior jornal da minha cidade e durante sete anos aprofundei meu trabalho com repórter de motocross. Aos 23 ou 24 anos, não me lembro, larguei a faculdade de administração de empresas e nesta mesma idade decidi investir no meu próprio site especializado em motocross, o que já era um sonho antigo, pois esse esporte é apaixonante, está no sangue da família, meu pai foi piloto de enduro.

O que você faz hoje?

Meu site, o Cross Clube Brasil, completa 2 anos no dia 8 de abril. Hoje ele é a minha principal fonte de renda, mas ainda não consigo viver somente com o que ganho com ele, por isso mantenho alguns “bicos” jornalísticos por fora. (risos)

E além do site?

Escrevo também para o caderno de esportes de um dos jornais da cidade.

– como surgiu a ideia de um site sobre motocross? Quais foram os passos que você deu desde a ideia até o lançamento?

Como disse anteriormente, trabalhei durante sete anos para um site deste segmento e há algum tempo vinha alimentando o sonho de ter o meu próprio site. Em 2012 resolvi transformar este sonho num projeto real. Coloquei todas as ideias no papel, como seria o site que eu queria. Entre a elaboração do projeto e a contratação dos programadores para fazê-lo, fiquei mais de um ano trabalhando em cima disso. No dia 8 de abril de 2013 “nasceu” o site Cross Clube Brasil.

– como foi o início desse trabalho? Enfrentou muitas dificuldades?

Sim, as dificuldades normais que todo negócio enfrenta no início. Ouvindo conselhos de empresários mais experientes, descobri que leva no mínimo dois anos para um negócio amadurecer. Tem que ter muita paciência e jamais desistir diante das dificuldades. Eles têm razão. Meu site vai completar dois anos em 2015 e sinto que só agora estou começando a colher os melhores frutos do meu esforço. Mas ainda tenho um longo caminho pela frente. O aprendizado e o crescimento nunca terminam.

– Pretende gerar renda só com anúncios?

Existem infinitas possibilidades de ganhar dinheiro com um website, mesmo que tenha um público mais específico, segmentado, como é o caso do meu (que é sobre motocross). Ainda estou no início da minha trajetória, mas pretendo sim viver só com a renda do meu próprio negócio. Se Deus quiser vou conseguir, estou trabalhando pra isso.

– quando abriu o site, passou a se dedicar somente a ele ou continuava trabalhando no jornal?

Continuo até hoje no jornal, mas atualmente de uma maneira mais informal, “free”, porque meu site virou minha prioridade na rotina diária.

– se considera bem remunerado hoje?

Estou ganhando bem, mas considero que um empreendedor bem sucedido deve ser ambicioso, nunca se dar por satisfeito e sempre querer aumentar a renda mais e mais. Até porque na economia moderna temos uma coisa chamada inflação. Quem se acomoda acaba sendo devorado por ela.

 

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– passou ou passa dificuldades financeiras?

Nunca.

– então como fez para não passar dificuldades mesmo se arriscando?

Intuição, sensibilidade e percepção de mercado, apoio da família e conselhos de amigos mais experientes no empreendedorismo. Tinha dinheiro guardado, minha família me ajudou na medida do possível quando precisei e sempre procurei escutar os conselhos dos mais experientes. Arriscar é importante, mas sempre procurei conhecer bem o “terreno” e pensar mil vezes antes de fazer qualquer negócio. Jogo para ganhar. Nunca jogo para não perder.

– para abrir o site, guardou dinheiro por um tempo? Como se organizou financeiramente?

Sim, guardei dinheiro por um tempo e usei essa poupança para financiar o site. Também contei com um amigo que entrou de investidor com 50% do valor.

Mas então você tem um sócio ou vai devolver esse valor para seu amigo?

Sócio não é o nome certo porque ele não participa das atividades do site. Ele foi uma espécie de investidor anjo, ajudou a viabilizar o negócio. Ainda não conversamos sobre comprar a parte dele.

– como é tua rotina hoje?

Trabalho de segunda a sexta, das 8h às 18h, e nos finais de semana viajo para cobrir os eventos de motocross.

– por que você trabalha no mesmo horário de trabalhos tradicionais? já teve problemas por não ter horários para trabalhar?

Eu gosto desta rotina, são os horários que mais me sinto criativo e produtivo. Nunca tive problemas.

– quais teus objetivos futuros com o site?

Ser o maior do Brasil neste segmento, referência número 1.

– você trabalha no estilo home office, mas não acha tão bom e quer alugar uma sala para trabalhar. Qual tua visão sobre o estilo home office?

No início é importante pra conquistar a independência. Mas excesso de conforto testa o tempo todo a sua concentração, produtividade e criatividade. Por isso quero me mudar pra um ambiente normal de trabalho. Ele também tem sua importância.

– qual o teu propósito de vida?

Ser feliz fazendo o que eu mais gosto e poder realizar todos os meus sonhos. Acredito que estou conseguindo.

 

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– como é a questão familiar pra ti? Eles te apoiaram nessa decisão?

Sim, sempre e em tudo.

– a tua área é muito específica. Acredita que para quem quer empreender o melhor é se especializar em uma área?

Sim. Você tem que gostar de algo e se especializar na área. Se for trabalhar com o que não gosta ou algo que não conhece nem entende nada, certo que vai se “quebrar”.

– sua decisão de sair de seu trabalho para seguir seu sonho foi corajosa. O que as pessoas te diziam quando tomou essa decisão?

Sinceramente, nunca escutei opiniões contrárias ou pessoas acomodadas falando besteiras sem nem saber do que estão falando. Sempre me cerquei de pessoas boas, que eu gosto e que me apoiaram.

– você pensa na possibilidade de não dar certo? Como lida com essa questão?

Se um dia não der certo durmo com a consciência tranquila, sabendo que fiz o possível e o impossível para dar certo. Não quero ficar com o remorso do “e se eu tivesse feito isso ou aquilo”. A tentação de desistir no meio das dificuldades sempre é enorme. Mas eu não me rendo. Prefiro morrer atirando.

– empreender pela internet é o melhor caminho para quem quer ter um negócio?

Você tem que fazer o que gosta, independente se a oportunidade está na internet ou fora dela.

– que lições você aprendeu e está aprendendo nessa jornada?

Administração não existe receita de bolo. Tudo varia e pode mudar de uma hora pra outra. Tem que ser flexível, não pode se fechar para as possibilidades ou querer fazer sempre tudo do mesmo jeito, sem nunca fazer diferente. E escutar os mais velhos é essencial.

– a maioria das pessoas atualmente estão infelizes em seus trabalhos, cheias de sonhos, mas com medo de dar o próximo passo. O que você diria para elas?

Para não terem medo da felicidade. A vida só recompensa as pessoas corajosas. E a gente só vive uma vez. Chegar ao fim da vida e se dar conta que você deveria ter arriscado mais deve ser arrasador.

– por que você acha que as pessoas tem tanto medo de se arriscarem, mesmo que seja para seguirem um sonho?

Zona de conforto. É mais fácil e mais cômodo deixar tudo como está, permanecer na rotina. Colocar a cara pra bater ninguém quer.

– e se alguém te falasse que quer sair de seu emprego, mas tem medo de perder a estabilidade, ficar sem dinheiro, seus projetos não darem certo. O que você diria a essa pessoa?

Pra não ficar horas e horas dando conselhos eu presentearia ela com o livro Pai Rico Pai Pobre.

2 respostas

  1. Interessante o conselho de ouvir os mais velhos, penso que essa geração tende a evitar ouvir tais conselhos.
    Abraços Dieverson.

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Olá. Meu nome é Dieverson Colombo, tenho 32 anos e definitivamente não consigo me apresentar em poucas palavras. Mas para você não ficar mais confuso, posso te dizer que me formei em jornalismo, já fiz muita coisa para conseguir pagar as contas, sou escritor e publiquei meu primeiro livro em 2019. Também gosto muito de ouvir e produzir podcasts e por isso você vai encontrar conteúdos nesse formato por aqui.

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