Essa situação já deve ter acontecido com você. Talvez várias vezes. Em alguma empresa ou algum cliente que você presta serviços, seja como freelancer ou mesmo algo mais fixo, você chega com ideias. Propõe algumas mudanças, algumas coisas que poderiam ser feitas de forma diferente, ações que poderiam melhorar o dia a dia de todos os envolvidos.
São ideias que inclusive podem aumentar o faturamento das empresas, melhorar as rotinas de trabalho e tornar tudo mais simples. O que, vamos combinar, todos os negócios procuram.
Mas essa ideia que tem grande potencial é esquecida. Até falam que pode ser interessante, que faz sentido e que pode dar resultados. Mas é necessário ver com o fulano, com o beltrano e com o Papa Francisco antes de qualquer próximo passo.
A frase “vamos ver” é o maior balde de água fria do mundo empresarial. Os envolvidos ficam um pouco frustrados, dá uma pequena tristeza, mas segue a vida. Afinal, todos precisam trabalhar e pagar suas contas.
Algumas vezes essa ideia é falada novamente. O autor dela lembra novamente, refaz a ideia com mais pontos para tornar ainda mais executável. Para chamar a atenção mesmo. Mas sabe como é. A crise, o verão, o inverno, o sol, o vento. São vários os motivos que naquele momento não tornam apropriado seguir com a ideia.
Mesmo que todos os envolvidos ganhem mais dinheiro e que isso fique mais claro do que na primeira vez. Mesmo que todos os envolvidos trabalhem menos e tudo fique mais organizado e que isso fique mais claro do que na primeira vez.
“Mês que vem a gente vê isso. Assim que as coisas se acalmarem” é a resposta da vez. Mesmo que ninguém saiba absolutamente nada sobre o que precisa se acalmar. Mas é a vida cheia de seus momentos inexplicáveis.
O tempo passa, a falta de vontade de dar novas ideias e sugerir melhorias só aumenta e a vida segue. Até que um novo integrante entra na empresa, na equipe. Ele vem para melhorar alguma área que precisava de atenção ou substitui outra pessoa. E esse novo integrante tem várias ideias. O que é ótimo, claro.
O detalhe é que todas essas ideias que esse novo integrante passa já foram sugeridas pelos outros muitas e muitas vezes. Várias justificativas foram dadas para que as ideias não fossem executadas até então. Mas, de uma forma incrível e difícil de entender, agora é possível executar todas elas. O novo integrante propõe, as ideias são aceitas e começam a ser executadas.
E quem fica responsável por executar? Aquela pessoa que deu a ideia há mais de um ano, claro. Esse novo integrante é só a pessoa das ideias. O “criativo” da empresa.
Então tudo passa a ser executado, os resultados começam a aparecer e a ideia inicial se prova realmente boa.
O problema deve ser nosso posicionamento
Sinceramente, só pode ser isso. O problema de toda essa situação. Conversei com uma amiga e ela acredita que quem se posiciona melhor é porque tem exemplos de que a ideia já deu certo. Eu também tenho, mas não consigo nem ter tempo de mostrar essas ideias.
Então fico pensando mesmo que não sabemos nos posicionar na hora de sugerir uma ideia. Só pode ser isso e não consigo ver outra resposta. Quando vamos apresentar uma sugestão, uma nova proposta ou algo diferente, as pessoas não compram nossa ideia, não dão a devida atenção. É só mais uma ideia qualquer.
Mas quando outra pessoa fala a mesma ideia, provavelmente com palavras e de forma diferente, tudo é aceito, tudo dá certo e os projetos são executados. Pode ser que essa outra pessoa tenha mais carisma. Pode fazer boas apresentações em power point. Talvez as palavras que use para falar sejam mais bonitas e rebuscadas. Ou apenas sabe se posicionar muito bem, o que a maioria de nós não sabe.
Esse texto não propõe uma solução nem nada do tipo. Isso é algo que já aconteceu comigo diversas vezes e sei que deve ter acontecido com você em algum momento. Dá uma sensação de injustiça, de falta de valorização do nosso conhecimento e de que não sabemos vender nosso peixe na hora de apresentar as ideias.
Será que o problema é esse? Não sabemos nos vender e nos posicionar? Ou talvez seja algo inexplicável do mundo. Vamos conversar mais sobre isso. Me diga o que acha.
É algo sem uma resposta exata. O mundo é injusto de várias formas e sabemos disso. Talvez essa seja só mais uma dessas injustiças.
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2 respostas
Muito bom teu artigo. Se já aconteceu comigo? Mas jornalista é assim. Não sabe se vender, ou se posicionar, não é?
O fato é que nós, jornalistas, estamos sempre ” nos vendendo”, não é mesmo?
Obrigado Beatriz!
Verdade. A gente precisa dar mais atenção para essa parte. E estamos sempre nos vendendo mesmo.
Obrigado por acompanhar.
Abraços!