Recalculando a rota com Alana Trauczynski

Alana Trauczynski
Fotos: Arquivo Pessoal

Explicar em poucas palavras quem é e o que faz Alana Trauczynski não é tarefa fácil. Depois de praticamente dar a volta ao mundo em busca de propósito e escrever o livro Recalculando a Rota, ela segue inspirando as pessoas com seu site e seu modo de encarar a vida. Alana inventou o trabalho que ama e hoje vive disso fazendo roteiros de apresentações, vídeos, palestras, workshops de escrita e todos os meios possíveis de passar sua mensagem. Além disso, também escreve para vários sites.

Conheça um pouco mais da trajetória e das ideias de Alana Trauczynski. A entrevista é longa, mas vale a pena ir até o final.

– Para quem não te conhece, quem é Alana Trauczynski?

Somente uma menina-mulher que quer evoluir como ser humano e realizar sua missão, seu propósito de vida. É importante aumentar o nosso nível de consciência, para que possamos viver neste mundo melhor tão sonhado por muitos. Eu quero contribuir para isso, na escala em que me for possível.

– se te perguntassem o que você faz, qual seria sua resposta?

Sou escritora, este é o meu dom. Sou contadora de histórias por natureza. Utilizo meus talentos de diversas maneiras: dando cursos, palestras, escrevendo roteiros! Sou uma multipotencial de carteirinha.

– No teu livro você conta toda a tua trajetória e tuas viagens pra encontrar teu propósito. Você cita aquela viagem ao Havaí que mudou sua vida. Mas o divisor de águas na tua carreira de nômade digital foi o sucesso do livro? Em que ele mudou tua vida?

Não. O divisor de águas foi a minha decisão. Largar um emprego que me dava segurança e novamente me lançar na incerteza da vida. Quando a gente dá esse passo no escuro, a providência divina também entra em ação. O sucesso do livro demorou, foi muito batalhado. E fiz tudo sozinha porque a minha editora era muito pequena e quase não investiu em marketing.

– como que começou essa ideia de você ter um site? Foi uma consequência do livro e uma forma de mostrar teu trabalho?

Na verdade surgiu com a dificuldade. Minha editora fechou, quebrando o contrato de 5 anos que tinha com eles em menos de 2 anos. Eu fiquei com quase mil livros para vender sozinha, aí precisei fazer o site! E foi a melhor coisa que eu fiz. Vendi os livros mais rápido do que a editora, e a próxima edição farei com outra muito maior e melhor. Ou seja, acabou sendo uma bênção.

– você contou em um texto no Nômades Digitais que guardou dinheiro para passar seis meses e escrever o livro e depois fazia traduções. Foi uma época difícil financeiramente? O que você pensava nessa época?

Eu passei várias épocas difíceis financeiramente. Eu me virava em 20 pra pagar as contas e só conseguia porque sempre mantive meu custo fixo muito baixo desde que voltei pro Brasil. Mas eu sempre pensava que a tendência era melhorar! Tudo é um processo. A gente precisa aceitar que um processo leva um tempo!

– o que foi decisivo para você recalcular a rota?

A recomendação de um mestre de sabedoria, que me disse para escrever o livro, me abrindo todo este mundo da comunicação, que é o que faz os meus olhos brilharem.

– alguma vez pensou em desistir?

Eu recebi algumas propostas de trabalho tentadoras desde então. Às vezes você pensa: poxa, seria tão cômodo. Mas a minha liberdade não tem preço e eu já estou muito acostumada a viver fora da zona de conforto. Então não tem porquê. Não vou desistir, mesmo porque não existe outra coisa que eu gostaria de fazer!

Alana Trauczynski

– o livro foi um divisor de águas para a vida pessoal da Alana?

Sim, a partir do momento que a gente se mostra, começa a atrair um monte de gente parecida. Esse carinho que recebo das pessoas é muito legal. Saber que algo que tu escreveu mudou a vida de alguém é indescritível.

– o que você faz pra ganhar a vida hoje?

Eu faço roteiros de apresentações por storytelling, roteiros de vídeos, palestras, workshops de escrita e autoconhecimento, textos de site, matérias pagas, consultorias com pessoas e empresas e estou agora criando um curso online que será lançado no ano que vem.

– como surgiu essa ideia de fazer o que você faz?

Eu simplesmente criei o trabalho que eu amava: inventei tudo o que eu queria fazer, defini como um produto e tudo o que estaria incluído neste produto/serviço e dei um preço pra ele. A partir do momento que isso se definiu pra mim, tinha gente querendo comprar. Principalmente porque minha voz se projeta. Então, no final das contas, minha escrita não necessariamente me gera renda, mas é o que me dá credibilidade/visibilidade/autoridade para as pessoas comprarem todos os meus outros produtos/serviços.

– você é bem remunerada?

Eu acho que o meu maior mérito é gastar com as coisas certas. Eu mantenho o meu custo fixo muito baixo e gasto muito do que ganho em qualificação: faço muitos cursos, workshops, viajo muito. Minha vida é maravilhosa, não posso reclamar. Mas eu devo ganhar menos dinheiro do que muita gente que tem um custo muito alto e precisa correr atrás da máquina. Eu aproveito melhor o dinheiro! Vários nômades digitais já provaram que passar a vida viajando é, muitas vezes, mais barato do que morar em São Paulo.

– as vendas do teu livro auxiliam muito na tua renda?

Olha, o livro deve me gerar em torno de 2 mil por mês. Ajuda, mas não é grandes coisas. Na verdade o autor ganha 10% só do dinheiro do livro. Quem ganha mesmo com livro é a livraria e a editora. Então você tem que se garantir de outras formas, não dá pra contar com isso. Mas ao menos é uma renda relativamente passiva que pinga na sua conta.

– você faz workshops para pessoas que podem ter suas vidas transformadas em livros. Acha que essa é uma saída inicial para quem não sabe o que fazer e tem medo de se arriscar? Escrever um livro pode ser uma boa alternativa?

Acho que deve escrever um livro quem tem uma boa história pra contar e sente este desejo latente em si. Não há espaço para mais do mesmo, então das duas uma: ou a história é muito boa, ou você é muito criativo na forma de contar, tem um estilo diferente!

– a busca pelo propósito de vida é outro tema muito citado por você. De que formas isso pode ser feito? Como foi a descoberta desse seu propósito depois de tanto tempo viajando atrás dessas respostas?

Descobrir o propósito pode levar uma vida toda, tem gente que morre e não encontra! Eu acho que o propósito está muito próximo do que a gente é em essência, seu propósito é ser o mais essencialmente possível você mesmo. As dificuldades pelas quais você passa têm a ver com o seu propósito também. Por exemplo, eu só posso ajudar outras pessoas a se encontrarem porque fui uma baita perdida por muito tempo! Hoje sinto muita compaixão por quem está perdido, entendo profundamente. É isso que cria o link entre nós.

Alana Trauczynski

– como você pensa em estar daqui 10 anos? Acha que fazer esses tipos de planejamentos são importantes ou é melhor deixar o tempo passar?

Eu não sou das dez mais planejadoras, mas das duas uma: ou eu vou estar realmente famosa e mega conhecida, com vários livros publicados, cursos online, workshops e palestras de sucesso… ou eu vou estar incógnita viajando o mundão sem ninguém saber que eu existo. Eu tenho essas duas coisas na minha personalidade. Quero o reconhecimento, mas também quero passar uns tempos sozinha, na minha, me embrenhando pela vida afora, tendo as experiências que me enriquecem… Também faz parte da minha essência. Tenho que conciliar as duas coisas.

– você teve as viagens que te ajudaram a ver que o sucesso não é o mais importante, como o exemplo citado de Las Vegas. Mas a maioria das pessoas possivelmente não vai ter uma viagem ou uma experiência de vida como a sua. O que acha que elas devem fazer?

Devem viver a sua vida e tirar as suas lições desta mesma. Você não precisa sair da sua cidade para aprender grandes lições e evoluir. Elas te encontrarão onde você tiver!

– acredita que tirar uma folga e passar uns dias em um lugar bonito e tranquilo pode auxiliar a pessoa a tomar uma decisão sobre o rumo que quer dar na vida?

Refletir sempre é benéfico, escutar o coração.

– estar infeliz no trabalho ou passar por uma frustração é o ponto de partida para recalcular a rota?

O ponto de partida é o desconforto, a sensação de que algo precisa mudar.

– as pessoas te procuram por vários motivos. Qual deles mais faz as pessoas procurarem tua ajuda?

A busca pelos talentos, direcionamento quanto a carreira, falta de coragem.

– um dos maiores medos de quem está infeliz e quer ter uma vida diferente é a mudança. “Vou ficar sem dinheiro”, “não vai dar certo”. O que você pode dizer para essas pessoas?

Você só saberá colocando o plano em ação.

– quando você decidiu seguir essa vida de nômade, trabalhar com a internet e não trabalhar em empregos tradicionais, o que sua família disse? Eles sempre te apoiaram nessas decisões?

Sim, graças a Deus eu tenho uma família que me apoia em todas as minhas loucuras, se elas forem conscientes.

Alana Trauczynski

– o que você estaria fazendo hoje se não tivesse feito essa mudança na tua vida? Acha que seria feliz?

Não tenho ideia. Mas provavelmente estaria infeliz, porque agora estou fazendo o que o meu ser acha que eu deveria estar fazendo.

– hoje você está trabalhando e viajando ou está fixa em alguma cidade?

Estou na minha casa de praia para o verão. Minha próxima viagem será com um grupo para o deserto do Saara no carnaval de 2015. Para maiores detalhes, é só clicar aqui: http://recalculandoarota.com.br/viaje-comigo/

– o que é preciso para cada pessoa buscar a felicidade profissional e essa liberdade tão almejada?

Seguir o coração. Seguir a voz que fala dentro de você.

– muitas pessoas querem um trabalho e uma vida com propósito, mas não sabem nem por onde começar. Que dica você dá para essas pessoas?

Leia o meu livro e assine a minha newsletter no site www.recalculandoarota.com.br para baixar o ebook “Viver de propósito”. Isso já ajuda muita gente! Eu envio conteúdo semanal gratuito para os meus leitores: palestras, vídeos e textos inspiradores.

– e, para concluir, queria que você deixasse um recado para todas essas pessoas que querem mudar de vida, mas tem muito medo, não tem coragem e acham que não são capazes.

Sempre que a gente chega ao fim de um ciclo, este é um período de dificuldade e introspecção. Sempre que isso acontece, é preciso buscar INSPIRAÇÃO para a nova fase que se inicia, muito mais alinhada com seus verdadeiros valores. Quando a gente começa a ficar negativo e deprimido, muitas vezes é somente uma questão de falta de alimento positivo para a alma. Isso virá por meio das pessoas que deram estes passos antes de você, dos livros e conteúdos que te ajudem a te manter firme no propósito. Responda esta pergunta: quem te inspira? Vá atrás destas fontes, faça seus cursos, compre seus livros, cerque-se deles. A manifestação dos sonhos nada mais é do que uma faxina emocional acompanhada de ações rumo à eles. Nossa vida neste momento é a exata manifestação do que somos, pensamos, do que acreditamos, do estágio de desenvolvimento em que estamos e do que precisamos para evoluir. Tá tudo certo! Tá tudo de acordo com o que você é, pensa e precisa NESTE MOMENTO. Mas alguma parte de você sabe exatamente para onde deve caminhar! Escute e siga esta voz!

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Olá. Meu nome é Dieverson Colombo, tenho 32 anos e definitivamente não consigo me apresentar em poucas palavras. Mas para você não ficar mais confuso, posso te dizer que me formei em jornalismo, já fiz muita coisa para conseguir pagar as contas, sou escritor e publiquei meu primeiro livro em 2019. Também gosto muito de ouvir e produzir podcasts e por isso você vai encontrar conteúdos nesse formato por aqui.

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