O hábito de reclamar das temperaturas extremas

Vai ano, vem ano e um dos principais assuntos em qualquer conversa é a tal da temperatura. Se vai chover, se tem sol, aquela chuvinha faria bem hoje e por aí vai. Dentro desse tema, o que ganha mais destaque é estar muito calor ou muito frio.

Não sei como está onde você mora ou quando está lendo esse texto. Escrevo em janeiro de 2022 e na cidade que estou as temperaturas estão acima dos 30 graus todos os dias. O que até para os padrões do verão do Sul do Brasil é muito quente.

Se tivesse que escolher apenas uma opção entre calor e frio, escolheria o calor sem dúvida alguma. A facilidade para se vestir, a economia na conta de luz, praia, piscina e vários outros motivos que me agradam. Mas o que me fez pensar e pesquisar para escrever esse texto é entender porque as pessoas tem tanta necessidade de expressarem sua indignação com a temperatura. E saber se é só da boca pra fora ou se realmente estão super insatisfeitas com alguma estação do ano.

Conheço pessoas que amam o verão e pessoas que amam o inverno. Essas eu sei que não reclamam das temperaturas extremas quando está na estação que gostam. Mas não sei se todos são assim e isso despertou minha curiosidade para escrever e entender melhor.

Já falei nesse texto aqui sobre a arte que a maioria das pessoas têm de reclamar, reclamar, mas apenas reclamar. Sem fazer nada para mudar as situações que incomodam. No caso da previsão do tempo, não temos o poder de mudar, mas temos escolhas muito possíveis hoje.

Se você não gosta de frio, pode se mudar para um local mais quente. Ou o contrário. Só deve ser tão cansativo de pensar nisso e reclamar fica tão mais fácil que essa opção acaba ganhando força.

Mas porque um assunto como esse é motivo de tanta revolta, frustração, angústia por parte das pessoas, que precisam o tempo todo mostrarem sua indignação com a temperatura?


O hábito de reclamar

Perguntei isso para a minha amiga querida e psicóloga Renata Garcia. Achei interessante ter uma opinião dela sobre o assunto. Segundo ela, essa questão pode ter várias explicações. Pessoas que só enxergam o lado negativo e precisam falar, pessoas que se acostumaram a ser sempre insatisfeitas. Ou até mesmo na questão de que reclamamos para aliviar mesmo, por ser algo cultural, para puxar um assunto no elevador.

Como ela bem disse quando conversamos, pode ser a compulsão de algumas pessoas que não sabem lidar bem emocionalmente com nenhum assunto. Além da ideia de buscar um aliado, um apoio.

“Tudo vem a partir de um desconforto, uma insatisfação. Não deixa de ser também um pedido de socorro. Apesar de tudo isso, algo que temos que lembrar é que por trás disso tem a ver muito com a criança. Nossa criança interna falando alto. Porque quem reclama, faz birra e quer tudo como quer, na hora que quer? A criança”, explica.


Renata disse também que quando focamos na reclamação, mas sem fazer nada, isso tem a ver com essa criança que fica esperando que algo mude ou alivie, porque fomos acostumados a isso quando bebês. Esperar que alguém faça algo.

“Em relação a isso do tempo, tem a ver com isso. E tem a ver com essa questão de que para você fazer algo para mudar, em vez de reclamar, isso exige maturidade e autorresponsabilidade. De ter iniciativa, que não é todos que tem. Então tem tudo isso. É uma parte infantil reclamando, esperando que alguém ou o mundo se junte na reclamação”, disse a Renata em nossa conversa.


Outro ponto importante que preciso trazer aqui é que segundo ela toda essa indignação é apenas a superfície. O tempo é algo que todos nós vemos, mas não controlamos. Então é mais um motivo para culpar o externo. O que
Renata diz é que no fundo isso está mostrando uma insatisfação fora do esperado.

Vamos pensar o contrário, como ela propõe. Imagina que uma pessoa está bem, mas o tempo não está de acordo com sua preferência. Se ela estiver bem, não vai reclamar.


Lembrei de uma fala da coach Ana Halla, em seu ótimo vídeo sobre o assunto em 2016. No vídeo ela comenta sobre essas lamentações todas e fala que isso é um sinal que estamos reclamando sempre, reclamando muito. E que a temperatura é só um motivo a mais. Ana propõe uma ideia excelente: poste algo mais bacana em vez de reclamar do calor.

E podemos pensar também nas vantagens de cada temperatura. No calor, por exemplo, a conta de luz diminui. Você pode tomar sorvete na rua com amigos, se refrescar e ficar até tarde em encontros com pessoas queridas. Coloque esse desafio em prática.

Achei interessante e importante trazer outras opiniões nesse texto para refletirmos ainda melhor sobre o tema. Pense com calma e reflita. Acho uma importante reflexão para nossas vidas.



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Olá. Meu nome é Dieverson Colombo, tenho 32 anos e definitivamente não consigo me apresentar em poucas palavras. Mas para você não ficar mais confuso, posso te dizer que me formei em jornalismo, já fiz muita coisa para conseguir pagar as contas, sou escritor e publiquei meu primeiro livro em 2019. Também gosto muito de ouvir e produzir podcasts e por isso você vai encontrar conteúdos nesse formato por aqui.

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