Round 6 e o dinheiro

Provavelmente você assistiu ou pelo menos ouviu falar de Round 6, a série mais vista da história da Netflix. Assisti no final do ano e achei ótima. É muito forte, pesada e realista, o que assusta ainda mais. A eterna busca pelo dinheiro e por uma vida tranquila. Algo que qualquer pessoa adulta e responsável por suas contas busca de alguma forma.

Quem me conhece um pouco ou conversa comigo mais do que uma vez já entende que esse assunto sempre foi importante e está o tempo todo presente na minha vida. Pode parecer natural, claro. Afinal, todos nós precisamos dele para sobreviver. Ninguém pode ignorar. No meu caso é acima da média, mas isso fica para outro texto.

Round 6 mostra de forma brilhante o que algumas pessoas podem estar dispostas a fazer em busca de dinheiro. A série é chocante não só pela história, mas por ter total relação com a realidade. É claro que no mundo real não temos esse tipo de competição (espero que não).

Mas pare e reflita comigo: se você estiver muito triste, em um momento muito difícil de sua vida, daqueles que parece que nada faz sentido. E, claro, sem dinheiro para nada. O que você estaria disposto a fazer para conseguir ganhar dinheiro? Qual seria o limite dessa busca? Essa resposta certamente vai mudar por várias e várias vezes durante a sua vida. E calma, não estamos falando de assassinato ou tráfico de drogas.

Pense mais na questão de trabalhos que jamais faria, mas aceitaria nessa situação. Pessoas que você não quer mais conviver, mas que em momentos como esse talvez seja necessário. Atitudes que terá que tomar no dia a dia. Fazer algo que prometeu várias vezes que jamais faria. É louco demais, mas esse é o poder que o dinheiro pode ter na nossa vida.


A entrada na espiral de merda

Sempre fui aquela pessoa que batia no peito e se recusava a dar desconto pelo meu trabalho depois que me tornei autônomo. E continuo achando certo quem consegue manter esse posicionamento.

Em 2016 estava morando sozinho, com pouco trabalho e cheguei naquele momento em que não sabia se conseguiria pagar o aluguel ou ir no mercado no mês seguinte. Falei um pouco disso no meu livro também.

Foi apavorante. Ainda mais para uma pessoa que tem o valor dinheiro muito alto em sua vida. Nesses momentos difíceis, como se o universo estivesse te mandando um recado, só trabalhos que pagavam pouco apareciam. Um terço do valor que eu cobrava ou até menos. E eu nunca aceitava. Até esse momento.

Quando estamos na chamada espiral de merda, onde tudo que acontece parece só piorar, todos os dias temos algo ainda mais difícil para lidar, como esse caso que contei.  Tudo que acontece parece só dificultar ainda mais a situação, como um poço sem fundo, um sofrimento sem fim. Sabemos que é passageiro, mas um período muito difícil.

No meu caso, resolvi aceitar esses trabalhos. Sempre entreguei o melhor possível e um trabalho gerou outro, que me indicou para outra pessoa e quando vi estava saindo dessa espiral e com condições de voltar a pagar meu aluguel e encher a geladeira. Dei o braço a torcer e deu certo.

A questão do valor do nosso trabalho é assunto para outro texto, mas de fato necessita de mais reflexão. Nesse momento tão difícil em que estava, precisei aceitar trabalhos e conversar com potenciais clientes que não queria mais falar. Não teria entrado para o jogo de Round 6. Sabia que era um momento. Mas se esse momento durasse muito tempo, como um ano ou mais?

Julgamos os outros com facilidade, mas sem entender o que de fato acontece na vida das pessoas e como estão seus pensamentos naquele momento.

Quando temos medo de ficar sem dinheiro, isso parece atrair. É a tal da escassez, palavra muito popular nos últimos anos. Obviamente que só o pensamento positivo não vai mudar sua vida nem fazer milagres, mas de fato ajuda bastante.


Tem saída?

Mas tem como tornar esse assunto mais leve? É possível não se estressar tanto e viver uma vida com dinheiro, sim, mas tranquila?

Li conteúdos sobre isso para escrever esse texto. Matéria do Uol fala exatamente sobre o tema e o quanto pode fazer mal para nossa saúde toda essa situação. Podemos vir a ter problemas de atenção e memória.

Acho que em todos os momentos devemos pensar se estamos gastando o dinheiro com consciência, por necessidade ou se só em busca de status ou de forma desenfreada. Parece muito um papo de autoajuda, mas é o começo.

Dinheiro, assim como sexo, é um tema que ainda tem um certo tabu. Outra ideia seria deixar isso de lado e falar mais abertamente sobre o assunto. Não tem problema você contar que tem dificuldades de lidar com o dinheiro ou que precisa melhorar essa questão.

Atitudes simples, mas necessárias, podem ajudar a tornar toda essa questão mais leve, tranquila e fazer com que assim, aos poucos, sua vida financeira esteja mais organizada.



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Olá. Meu nome é Dieverson Colombo, tenho 32 anos e definitivamente não consigo me apresentar em poucas palavras. Mas para você não ficar mais confuso, posso te dizer que me formei em jornalismo, já fiz muita coisa para conseguir pagar as contas, sou escritor e publiquei meu primeiro livro em 2019. Também gosto muito de ouvir e produzir podcasts e por isso você vai encontrar conteúdos nesse formato por aqui.

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