Nunca fui fã de aniversários. Acho uma data como qualquer outra e que todos os dias merecem ser comemorados. Basta querer. Mas sempre me incomodei um pouco com o fato de algumas pessoas acharem o dia mais importante de suas vidas, algo fora do normal. E, passado o dia do aniversário, toda aquela euforia vai embora junto com o ponteiro do relógio quando marca meia-noite e começa o dia seguinte.
Sigo com a mesma opinião sobre o meu aniversário, mas cada vez mais tentando olhar de forma diferente para o dia que outra pessoa está celebrando mais um ano de vida. Já que a maioria das pessoas gosta, comecei a tentar mudar esse meu olhar.
Dias antes de escrever esse texto, fui almoçar nos meus pais. Escrevo em agosto e é o mês em que meu pai está de aniversário. Ele, que nunca foi de pedir presente, disse com todas as letras o que queria: um fone de ouvido sem fio. }
Algo que há algum tempo ele quer ter para usar em suas caminhadas e para ouvir os jogos do Grêmio. Com brilho no olho ele falou sobre esse presente, que é óbvio que eu já tratei de comprar para presenteá-lo.
No início de junho fui no aniversário de dois amigos queridos. Um churrasco com praticamente todos os amigos conhecidos, muita risada e momentos que ficam registrados na memória. Foi uma ótima festa, daquelas que dá vontade de que se repitam mais vezes.
Mês que vem a minha namorada está de aniversário. Será o primeiro aniversário dela que vamos passar juntos. Já estamos conversando sobre o que fazer na data e tem sido bom e divertido. O que gera até uma ansiedade boa para esse momento.
Comecei a socializar mais esse ano, por necessidade e por ver a importância disso, e o número de convites aumentou consideravelmente. O que me faz também ter que lidar com mais aniversários e momentos como esse.
Tenho tentado cada vez mais apreciar o fato de comemorar aniversários e me divertir nessas situações, por mais que ainda veja de uma forma um pouco estranha e siga não gostando tanto de comemorar quando chega a minha vez.
O costume de comemorar aniversários
Tenho um ponto de vista que é comumente citado como de uma pessoa chata. Acredito que se hoje quisermos fazer uma festa, comemorar a vida e reunir os amigos, todo dia é propício para isso. Pode ser em uma segunda, terça ou qualquer dia da semana. Qualquer mês do ano. Importante é reunir as pessoas queridas e se divertir.
Mas como sou voto vencido nesse ponto de vista, fui em busca de respostas para refletir e entender porque as pessoas gostam tanto de comemorar aniversários.
Trata-se de uma celebração muito antiga. Tão antiga quanto o surgimento do mundo, começou somente com pessoas da elite, como faraós e deuses do Egito. Depois se popularizou para que qualquer pessoa comemorasse sua passagem de ano.
Na Antiguidade já surgiu o hábito de dar presentes, o que no Egito Antigo e em Roma tinha o objetivo de afastar os maus espíritos. Hoje praticamente ninguém deve saber disso, mas é uma marca das comemorações a entrega de presentes, o que rende outro interessante ponto de discussão e reflexão. Talvez para um próximo texto mais aprofundado.
O que sempre lembro quando esse assunto aparece na minha vida é o texto do incrível escritor Alex Castro, que diz que simplesmente não dá presentes. Por criar uma obrigação que costuma ser constrangedora de ter a reciprocidade, estimular o consumismo e até ser de certa forma uma ferramenta de controle, ele prefere não presentear as pessoas.
Nesse texto ele explica melhor seu ponto de vista.
Voltando ao assunto, comemorar aniversários tem até efeitos psicológicos explicados por especialistas no assunto. Boas energias, gratidão, a sensação boa de reunir as pessoas que gosta. Todos esses são motivos que fazem valer a pena esse encontro.
Também não podemos esquecer a questão de que comemorar mais um ano de vida passa em nossa mente a mensagem de que merecemos comemorar, a felicidade e tudo que envolve as coisas boas da vida. Nos sentimos merecedores de alegria. E claro que isso sempre será importante e bom para a nossa vida.
Uma nova forma de pensar sobre o assunto
Além dos aniversários, especialmente no núcleo familiar é comum que os encontros sejam somente em datas específicas. Natal, Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Pais são claros exemplos disso. O marketing, a propaganda te incentiva e provoca a fazer algo de diferente nessas datas.
Seguiremos comemorando e indo a aniversários das nossas pessoas próximas como sempre. Isso não parece ser algo que vai mudar, já que a tradição é milenar.
Mas que tal se esse encontro bacana e divertido entre amigos, familiares e pessoas queridas não fosse restringido apenas a datas especiais como aniversários? A vida é uma só e merece ser vivida e celebrada. Então porque não aproveitarmos mais o tempo que estaremos aqui para esses encontros com pessoas queridas, com quem amamos e queremos por perto?
Está cada vez mais difícil se encontrar com as pessoas e socializar. Algumas sempre tem compromissos, nunca tem tempo para o lazer e esquecem de focar em um dos principais pilares para uma vida feliz e saudável: os relacionamentos.
Em aniversários costuma ser mais fácil de aceitar essas reuniões, que foi o que refleti um pouco nesse texto. Mas se aquele amigo ou amiga, aquele familiar te convidar para fazer algo, dar uma volta e você estiver minimamente disposto, que tal aceitar e aproveitar esses momentos com alguém que gosta da sua companhia?
Assim não só seremos mais felizes no dia a dia como também evitaremos diversos problemas como ansiedade, a sensação de se sentir sempre sozinho, tristeza e até outras questões dependendo de cada pessoa.
Então fica a minha reflexão e convite para que você aceite e pense que não são somente em aniversários que devemos ver as pessoas que gostamos. Qualquer dia pode ser o dia.
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