Recentemente, em maio, o prefeito de São Paulo Bruno Covas faleceu vítima de câncer. Jovem, com 41 anos, viveu intensamente, mas o que todos concordam é que foi pouco tempo.
O que mais me chamou a atenção de tudo que ele disse foi quando li sobre ele ter ido a final da Libertadores em janeiro com seu filho no Maracanã, mesmo com a pandemia de coronavírus e tudo que vem acontecendo em torno disso.
Ele foi questionado sobre essa atitude e disse que talvez fosse a última oportunidade que ele teria de ir com seu filho a um estádio de futebol. E definitivamente foi.
Prevendo seu futuro ou vivendo um dia de cada vez, não importa. Mas foi a última vez que isso aconteceu e agora seu filho certamente terá essa bonita lembrança de seu pai quando se lembrar dele. Seu filho assistiu uma final de Libertadores onde o seu time, o Santos, estava jogando, junto com seu pai. Não precisa ser apaixonado por futebol para saber o quanto isso é significativo.
Tudo pode ser a última vez
Tenho refletido sobre isso e esse acontecimento também me fez refletir. É claro que estamos no meio de uma pandemia que infelizmente parece que não vai acabar tão cedo. E isso nos impede de fazer coisas que gostaríamos. Mas será que não pode ser a última vez que estamos fazendo algo? Pode ser qualquer coisa. Uma viagem, um abraço, uma noite com alguém que você ama, um jantar com amigos com muitas risadas.
Confesso que todas as vezes que tenho alguma discussão com meus pais eu lembro disso. Penso que talvez aquela foi a última vez que falamos e ficou um clima estranho. O que eu sempre faço é no dia seguinte falar com eles para que fique tudo bem. É algo simples, mas significativo.
A vida é feita de dores e prazeres. É fato que em algum momento, por qualquer motivo que seja, alguma pessoa vai te causar algum dor. Pode não ser intencional, mas pode acontecer. Causar a dor a ela de volta ou ficar remoendo isso não vai te fazer bem. Garanto isso a você. Assim como pode ser que se arrependa depois. Porque talvez na última vez que falou com determinada pessoa ficou um clima ruim. E depois vocês não vão ter outra oportunidade para deixar as coisas como estavam antes.
Não estamos preparados para despedidas
O tempo passa, ficamos mais experientes, aprendemos novas habilidades, mas tem algo que não aprendemos: a lidar com despedidas. A única certeza da vida é justamente essa, mas não nos preparamos para ela. Meu objetivo aqui não é te passar um passo a passo para que você se sinta preparado, mas que apenas pense nisso.
Talvez você não passe muito tempo ainda com as pessoas ao seu lado, independente do motivo. Não estou pensando negativo, apenas tentando te fazer refletir e aceitar a realidade. É doloroso, difícil, mas é o ciclo da vida.
Talvez nunca estejamos 100% preparados para isso, mas é algo que conforme vamos ficando mais velhos talvez seja ainda mais necessário pensar e refletir sobre as formas de lidar com isso.
Que esse texto te conforte a pensar em últimas vezes de qualquer coisa, com qualquer pessoa. E te faça refletir sobre as despedidas que a vida vai nos fazer passar.
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