A arte de ceder

Desde pequenos, ainda antes da escola, vamos precisar lidar com outras pessoas, diferentes realidades e colocar em prática algo que percebo como cada vez mais necessário. Mas também muito desafiador: ceder.

Sim, abrir mão de alguma ideia, algum desejo em função do outro. E isso pode ser com qualquer pessoa. Amigos, colegas de trabalho, namorado ou namorada, pai e mãe. Serve para qualquer tipo de relacionamento. E percebo o quanto é desafiador e difícil, por mais que seja uma atitude necessária desde sempre.

Escrevo depois de mais um Natal e réveillon, datas que não me atraem. Não gosto do final de ano, mas como a maioria das pessoas pensa diferente, preciso ceder de algumas formas nessa época. Como sempre, esse texto é também um processo de cura e para o Dieverson do futuro voltar para ler e refletir junto com você que está lendo.

Como ceder sem sofrer


Talvez seja a grande pergunta a ser respondida.

Passar a vida toda sem ceder em nada vai fazer com que você fique isolado de tudo e de todos. O que pode parecer uma ideia interessante em alguns momentos. Mas o ser humano não foi feito para ficar isolado.

Então não tem como manter isso. O que resta é pensar em formas de não sofrer cada vez que está fazendo algo que pode ser um pouco desconfortável no início.

Sabe aquela janta que os amigos convidaram? Você não quer ir porque não está animado, vai encontrar lá alguém que não gosta tanto, o cardápio não parece atrativo. A opção é ficar em casa, sozinho e em silêncio.

Quando estiver em um dia feliz e quiser sair para distrair a mente, talvez não tenha companhia. Justamente porque aquela pessoa que convidou é a mesma que você vive recusando convites. E nesse momento o isolamento já começou.

Claro que não precisamos aceitar todo e qualquer convite. Mas recusar todos também não é uma ideia plausível.

Fica difícil ter uma saída assim. Por isso mais uma vez o equilíbrio se faz presente e necessário. Ceder se torna muito importante.


Não vamos tornar esse assunto pesado


Sim, só o fato de pensar em aceitar algo aqui e ali, fazer isso ou aquilo, já pode tornar o clima mais pesado e difícil. E claro que não queremos isso, justamente porque idealmente a busca é sempre pela tranquilidade e equilíbrio.

Há alguns momentos que não tem como não ceder para ajudar o próximo. Seja no trabalho, família ou relacionamentos. Não se sentir mal com o assunto nem sofrer tanto é o ideal. Mas como?

Pensei muito enquanto escrevia esse texto. E também antes mesmo de sentar para escrever. Acredito que precisamos ceder muitas vezes na vida sim. É um fato. Mas que precisamos, com urgência, aprender a dizer não. E arcar com as consequências disso.

Vai recusar um convite? Se indispor com algum familiar ou amigo? Falar no trabalho que não pode ficar até mais tarde ou fazer determinada tarefa? Tudo bem.

Faça isso, não precisa ser o tempo todo. Mas faça. Aprenda a dizer não e recusar algumas coisas. Ou isso sempre vai ficar muito pesado e difícil para a sua vida.

Comece a tentar refletir mais e prestar atenção nas situações em que de fato precisa ceder para escolher com mais tranquilidade o que vai ou não fazer.

E para que esse assunto não seja um grande sofrimento, dizer não algumas vezes será fundamental.



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2 respostas

  1. Será que nas festas de final de ano é importante ceder ou perdoar? Perdoar aqueles velhos acontecimentos e vícios de pessoas que se tornaram inconvenientes na nossa história, que sempre chegam até nós com perguntas e cobranças, como se tivéssemos alguma obrigação de dar satisfação.
    Isso serve para pais, amigos e parentes, aquela grande horda de pessoas que a cada comemoração de natal/ano novo está lá e é possível constatar que não evoluíram um centímetro em sua moral e respeito. Sinceramente, não me passa pela cabeça falar em perdão no sentido de querer reaproximar, mas de tornar suportável a presença (manter distante, mesmo que próximo), pois elas normalmente estão cercadas de pessoas que amamos.
    Outras perguntas: Qual o motivo de não gostar de final de ano? É mais fácil pensar sobre “ceder” do que ressignificar os sentimentos a respeito dessa época? Sobre o natal, brigou (ou jamais se apegou) com a religiosidade e seus costumes e esqueceu que pode ser simplesmente uma festa que nasceu sem religião e que foi “adotada” (o correto seria “tomada”) por algumas? Sobre o ano novo, seria a tristeza por olhar pra planos e promessas que foram engavetados mais uma vez?
    Tudo que escrevo é com o intuito de reflexão, pois já passei por essas fases de não gostar de Natal, Ano Novo e Aniversário e as vezes o problema é mais interno do que externo.
    No final das contas, ceder pode até ser uma opção, desde que feita com sinceridade e vontade, caso contrário você não passará de mais um chato na comemoração dos outros.

    1. Oi, Felipe!

      São todos ótimos questionamentos e perguntas que devemos pensar.

      Precisamos ceder com sinceridade mesmo. Isso é fato. Inclusive para esses momentos se tornarem mais tranquilos.

      Hoje você lida melhor com todas essas questões então?

      Grande abraço!

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Olá. Meu nome é Dieverson Colombo, tenho 32 anos e definitivamente não consigo me apresentar em poucas palavras. Mas para você não ficar mais confuso, posso te dizer que me formei em jornalismo, já fiz muita coisa para conseguir pagar as contas, sou escritor e publiquei meu primeiro livro em 2019. Também gosto muito de ouvir e produzir podcasts e por isso você vai encontrar conteúdos nesse formato por aqui.

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